Por bferreira
Rio - Nada de encolher o pescoço e olhar assustado para o céu ao pensar em morcegos. Estes mamíferos voadores estão muito mais para Batman do que para Conde Drácula: das mais de mil espécies existentes, apenas três se alimentam de sangue. E, no Brasil, os que habitam o pouco que resta da Mata Atlântica vêm desempenhando uma tarefa heróica. Estudo realizado na Reserva Natural Salto Morato, no Paraná, comprova que os morcegos frugívoros — que comem frutos — são reflorestadores naturais.
Em seus voos noturnos, eles semeiam grandes áreas degradadas com espécies nativas. “Avaliamos que os morcegos dispersam, por meio das suas fezes, as sementes dos frutos, tendo papel fundamental nas áreas que estão em processo de regeneração”, explica o pesquisador Marcelo Guimarães Rubio, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), que conduz o trabalho na reserva, mantida pela Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza.
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O estudo busca entender o comportamento dos morcegos, suas rotas de voo, a alimentação e o padrão de dispersão de sementes, para avaliar seu papel na recuperação da Mata Atlântica.
Já foram capturados 345 morcegos, de 19 espécies, das quais 11 são frugívoras, em redes instaladas em pontos estratégicos, do pôr do sol ao amanhecer. Os morcegos capturados são acondicionados em sacos de algodão, medidos, identificados e têm amostras das fezes coletadas. Por fim, são liberados.
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E os benefícios dos hábitos dos morcegos podem ser muito mais amplos. “Morcegos frugívoros ocorrem em todos os biomas brasileiros, com maior número de espécies na Amazônia e menor no Sul”, explica Rubio.
O pesquisador faz apenas um alerta sobre os animais. “Assim como qualquer outro mamífero silvestre, podem estar infectados com o vírus da raiva. É aconselhado que a população não entre em contato com eles. Caso isso ocorra deve-se buscar atendimento médico”.
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Rio ganha mais reservas particulares com mata protegida
Boa notícia às vésperas do Dia Mundial do Meio Ambiente (5 de junho): o Estado do Rio ganhou mais 16 Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN) estaduais. Elas totalizam mais 4,5 mil hectares de proteção integral em terrenos privados. Entre as áreas, está a Reserva Ambiental Fazenda Caruara, da LLX, em São João da Barra. Com 3.844 hectares, é a maior do estado e do Brasil em área de restinga. Outra unidade certificada pelo Inea (Instituto Estadual do Ambiente) é a Rildo de Oliveira Gomes II, com 23,82 hectares, em Teresópolis, propriedade do ator Marcos Palmeira.
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“Com a criação destas reservas particulares, estes proprietários estão olhando para as futuras gerações, e sua iniciativa também contribui para os municípios onde vivem, através do aumento da arrecadação proveniente do ICMS Verde”, disse a presidente do Inea, Marilene Ramos. Ela também destacou que, além da criação de RPPNs, o governo quase dobrou a área protegida de proteção integral do estado desde 2007, através da criação e ampliação de unidades de conservação.
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