Por paulo.gomes

Rio - É preciso paciência e foco no atendimento ao público. Essa é a lição de especialistas aos profissionais farmacêuticos, avaliados negativamente em uma pesquisa do Grupo CDPV e da Associação do Comércio Farmacêutico do Estado do Rio. Nos dados, apurados em 98 estabelecimentos fluminenses, mais da metade (58%) dos vendedores de drogarias do Estado do Rio não faz perguntas para tentar entender as necessidades do cliente. Além disso, 79% não se esforçam para quebrar as resistências dos compradores nas lojas.

A farmacêutica Roberta dá a dica: atenção e foco para atender bem o clienteCarlos Moraes / Agência O Dia

A fórmula para se sair bem na relação com o público é ser atencioso, na medida do possível, e dar o suporte necessário com paciência. Quem dá a dica é Roberta Drinck, de 32 anos, farmacêutica e gerente de uma farmácia no Maracanã, Zona Norte.

Precisa ser multitarefa

Atender ao público em uma drogaria não é fácil, segundo Roberta. Quando entrevistada pela reportagem, a profissional teve que dar atenção ao telefone, aos consumidores e ainda tinha outras muitas atividades para desenvolver. Tudo ao mesmo tempo.

“Fazemos muita coisa simultaneamente e fica complicado ser muito disponível vez ou outra. Logo, é importante ser educado e objetivo, de maneira que o cliente entenda que você está se esforçando para cumprir todas as tarefas e, ainda assim, atendê-lo bem”, recomenda Roberta.

A profissional lembra que farmacêuticos acabam sendo ‘psicólogos’ para algumas pessoas e isso demanda simpatia. “Idosos costumam conversar, enquanto os mais jovens são apressados”, avalia. Roberta Drinck conclui: “É essencial estar pronto para receber todo tipo de cliente de maneira prática e eficaz”.

A relação entre consumidor e farmacêutico requer paciência de ambos os lados, recomendam especialistasAgência O Dia

Saiba como vender bem aos clientes

Prática comum de muitas drogarias é contratar vendedores sem qualquer especialização em Farmácia, dispensando farmacêuticos formados. Para sair na frente, vale investir nas dicas para vender bem.

“O principal é saber ouvir. E isto não quer dizer estar perto, escutando o que o cliente fala, mas sim prestar atenção, acolher o consumidor com suas necessidades e dúvidas”, orienta Letícia Nobre, especialista em carreiras.

Para Elizabeth Scistowicz, do Recursos Humanos da DrogaVET, é importante que o farmacêutico se comprometa em fazer o melhor e conheça cada vez mais da função que desempenha.

Tamires Romano, especialista na Hera Coach, dá a palavra final: “É essencial ser paciente, respeitoso, cortês e atento. Um bom atendimento pode mudar o dia de uma pessoa”.

Saiba mais sobre a profissão

Falta ensino - Durante a formação, algumas instituições investem mais nas disciplinas específicas do que naquelas sobre o dia a dia de um farmacêutico. “Uma coisa é na sala de aula. Outra é colocar a mão na massa”, afirma a farmacêutica Roberta Drinck. Segundo Roberta Scistowicz, supervisora na DrogaVET, falta conhecer a prática.

Seja vendedor também - “Farmácia é um curso que tem muita carga em matérias de Química, Cálculos e Biomedicina. Temos noção de Administração, Economia e Legislação. Porém, tudo muito básico”, detalha Roberta Scistowicz. Para sanar isso, vale investir em especialização em técnicas de venda.

Nada de errar - Já pensou que o erro do profissional pode causar problemas maiores? A dica é dar pitacos sem ultrapassar orientações do médico. “Drogarias devem investir em treinamentos para evitar vendas equivocadas”, diz Letícia Nobre, especialista em carreiras.

Mais que atender - Com tantas tarefas, o farmacêutico já está se afastando mais do balcão. É preciso estar ligado no cliente, nos fornecedores e até na entrega dos produtos”, sugere Roberta Drinck.

Você pode gostar