Rio - Um novo recorde a favor da natureza foi registrado nas praias do Brasil. Na mais recente temporada de reprodução das tartarugas marinhas no continente (setembro de 2012 a maio deste ano), 923 mil filhotinhos nasceram e foram devolvidos ao mar em segurança. O número representa aumento de 3% em relação à temporada anterior (2011/2012). Esta nova geração de tartarugas se desenvolveu em cerca de 18.600 ninhos.
As informações são da Coordenação Nacional do Projeto Tamar/ICMBio, vinculado ao Ministério do Meio Ambiente e patrocinado oficialmente pela Petrobras. A instituição faz trabalho de preservação das cinco espécies de tartarugas marinhas existentes no Brasil, todas ameaçadas de extinção. O balanço desta temporada, a 32ª monitorada pelo Tamar, foi anunciado pela coordenadora de pesquisa e conservação, oceanógrafa Neca Marcovaldi, e é resultado do trabalho em 16 bases de pesquisa instaladas em áreas prioritárias de desova monitoradas no litoral de cinco estados: Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Sergipe e Rio Grande do Norte.
Foram ‘flagradas’ 1.794 fêmeas em processo reprodutivo. Para colocar seus ovos, elas saem da água e vão até a praia, onde fazem seus ninhos na areia. Entre as tartarugas observadas pelos cientistas, 546 eram marcadas com anéis, ou seja, já haviam aparecido nas praias em temporadas anteriores, e 1.248 foram avistadas pela primeira vez. Elas foram marcadas, medidas, pesadas e tiveram amostras de pele recolhidas para estudos genéticos.
A grande maioria (70%) dos ninhos foi mantida no local original ‘escolhido’ pelas tartarugas, graças à continuidade do trabalho de educação ambiental desempenhado pelo Tamar. Somente ninhos que corriam perigo de destruição (por pessoas, animais ou pela maré) foram transferidos para cercados em trechos de areia protegidos.