Por paulo.gomes

Rio - O setor de Asseio e Conservação prevê uma demanda de 27.300 profissionais para os próximos dois anos no Estado do Rio. Esses são os dados de uma pesquisa Sindicato das Empresas de Asseio e Conservação do Estado do Rio (Seac-RJ) sobre a área, que reúne profissionais da área de limpeza, jardinagem, controle de acesso e manutenção predial. Também conhecida como multisserviços, tem o salário inicial em torno de R$ 1 mil. O que atrai mão de obra é que trata-se de uma área que absorve candidatos com baixa escolaridade no currículo.

Quando entrou na Comlurb%2C Renato tinha só o primário. Hoje%2C é formado em TurismoDivulgação

Mesmo com 1.500 empresas de asseio e conservação no Estado do Rio e um contingente de 210 mil trabalhadores — segundo dados da pesquisa da Seac-RJ —, o desafio é ocupar postos vazios com pessoal qualificado. Empresas estão estimulando esse movimento. No ano passado, companhias investiram R$ 15 milhões em treinamento de funcionários.

Por ser um grande contratador de mão de obra com baixo nível de escolaridade, o setor exige constante treinamento e supervisão. O aperfeiçoamento, ressalta o estudo, representa uma forma de garantir a retenção de trabalhadores e o aumento da produtividade.

Mas e o futuro?

O estudo do Sindicato das Empresas de Asseio e Conservação do Estado do Rio diz muito sobre as áreas que mais vão contratar pessoal. As melhores oportunidades, apontam os dados, para as prestadoras de serviços são em segmentos que apresentam baixo nível de terceirização como, por exemplo, hospitais privados, instituições de ensino e condomínios residenciais. Logo, resta correr atrás porque há, de fato, oportunidades.

Quando entrevistado, Renato Lourenço, de 49 anos, dirigia de carro até a faculdade. Acontece que ele, que é conhecido por muitos como “Renato Sorriso”, é gari na Comlurb e está se formando em Turismo, “Acredite em si mesmo e corra atrás de formação. Para crescer, tem que estudar”, orienta ele.

Estudar é a solução para subir na vida

Apesar de muitas oportunidades no setor de asseio e conservação não exigirem muito além do Ensino Fundamental, apostar em qualificação é a melhor fórmula para construir uma carreira. Com salários que começam por R$ 1 mil, candidatos podem arregalar os olhos, mas com a ajuda de um curso ou outro, dá para subir na vida profissional.

Construção é um dos setores que contrata quem tem pouca formaçãoDivulgação

A Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec) é o melhor exemplo disso, principalmente por conta do ensino gratuito oferecido por lá. E essa é a hora de investir sem gastar um centavo. A fundação abre, amanhã, 79.930 vagas em cursos profissionalizantes para todo o Estado do Rio.

Os interessados precisam fazer a inscrição, que é gratuita, pelo endereço www.faetec.rj.gov.br, no link “Inscrições para os cursos FIC de Qualificação Profissional”. É preciso correr, pois a chance vai até 12 de julho e o sorteio acontece já em 16 do mesmo mês, a partir das 10 horas. A listagem completa é publicada no site logo no dia seguinte.

São 108 unidades escolares da rede, espalhadas pelo estado, para capacitar com diversos tipos de cursos. Segundo o presidente da Faetec, Celso Pansera, sair empregado é bem possível.

“À medida que a Faetec se atenta às novas demandas, a população tem mais possibilidades de ser inserida no mercado de trabalho”, afirma Pansera.

Especialistas recomendam

Correndo atrás - Os candidatos com baixo nível de escolaridade estão realmente correndo atrás de emprego pois, afinal, não falta oportunidade. Segundo Janahyna Moreira, analista de Recursos Humanos (RH) do escritório Chalfin, Goldberg, Vainboim & Fichtner, é comum receber currículos de pessoas com pouca formação. No entanto, ela observa algo que precisa melhorar: “Os documentos do candidato chegam ao RH entregues na recepção em mãos ou enviados por e-mail de terceiros, sem grandes formalidades ou apresentações”.

Comunique melhor - A consultora de RH Siméia Azevedo, do SABZ Advogados, explica que há uma falha na comunicação entre o candidato que tem baixa escolaridade e as empresas que estão com vagas abertas. Isso dificulta o preenchimento dos postos. “Às vezes os candidatos até pedem auxílio para redigir e formatar um currículo, e até encontram anúncios de vagas, mas se a abordagem não acontece de maneira favorável, oportunidades podem acabar passando”, diz.

É só procurar - Nada de reclamar que as empresas não estão ajudando na qualificação. “As oportunidades de capacitação profissional serão ampliadas no Estado do Rio”, afirma a secretária estadual de Trabalho, Roseli Duarte. A secretaria já fechou parceria com o Senai para agosto, para aprimoramento da mão de obra em diversos setores. Siméia Azevedo, da SABZ Advogados, por sua vez, ressalta que há empresas que encaminham para cursos ou treinamentos que alavancam o potencial de trabalho do candidato.

Foque no objetivo - “É uma sociedade cada vez mais especializada. É isso que garante a estabilidade de um profissional”, reforça Carlos Eduardo Pereira, sócio-diretor na Top Quality, sobre a importância do estudo para subir na carreira.

A Top Quality, inclusive, está com vagas que exigem Ensino Médio e que pagam R$ 800 para atuar em telemarketing. Interessados devem comparecer amanhã, terça ou quarta-feira, às 10h, no Largo de São Francisco 34, no 5º andar, no Centro com currículo e caneta para a entrevista.

“Quem tem uma formação baixa, acaba não dominando área alguma, ficando em desvantagem em relação a outros com melhor formação. Logo, foque no objetivo e estude”, diz Pereira.

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