Por paulo.gomes

Rio - Fazer auto-avaliação, identificar posição profissional ideal, analisar as lacunas (pontos fracos) e planejamento de ações, promover marketing pessoal e balanço anual de sua carreira. Esses são os cinco pilares do ciclo de gestão de carreira da American College of Healthcare Executives (Ache). Apesar de o conceito norte-americano ter surgido com foco na gestão de funcionários de unidades de Saúde, a metodologia passou a ser amplamente praticada por especialistas em RH de empresas e por profissionais liberais.

Felipe de Oliveira França%2C assistente de gerência de TI%2C foi promovido com apenas oito meses na empresaDivulgação

Janaina Ferreira, especialista e professora de Gestão de Carreiras no Ibmec RJ, diz como o ciclo pode ajudar. Em relação a auto-avaliação, ela diz que as pessoas devem fazer testes de autoconhecimento que identifiquem as preferências, os pontos fortes e as oportunidades na carreira.

“A partir da auto-avaliação é possível identificar a posição ideal, aquela que fará a pessoa se sentir mais realizada, considerando todas as suas características, buscando ajuste perfeito entre talento e qualidade de vida”, ressalta a gestora.

Ela conta que o terceiro ponto, análise de lacunas e planejamento de ações, consiste na análise detalhada dos pontos fracos que precisam ser fortalecidos. “É o momento em que será traçado um plano de ação para desenvolver as experiências e competências que o mercado de trabalho espera do profissional”, diz a professora do Ibmec-RJ.

Já o especialista em gestão de pessoas e diretor da Sixmind Consultoria Empresarial Maurício Seixo, orienta como fazer um marketing pessoal. “É necessário identificar se sua imagem profissional está bem gerenciada e quais ajustes eventuais precisam”, ensina Seixo, que comenta também a importância da avaliação anual. “Deve-se avaliar os resultados conseguidos e se eles estão dentro do planejado e se pergunta: ‘Quais as transformações ainda precisam ser feitas?’”, ensina o diretor da Sixmind.

Exemplos bem sucedidos

Felipe de Oliveira França, de 25 anos, assistente de gerência de TI de uma empresa de construção naval, é um dos profissionais que adota o ciclo de gestão de carreira. “Meu foco é conseguir chegar a gerente de projetos”, planeja.

Trabalhando no local há três anos, ele diz que foi promovido em apenas oito meses. “Comecei como mensageiro e passei a secretário. Dois meses depois fui promovido de novo. O fato de ter feito um curso de secretariado e de inglês influenciou”, conta. “As empresas dão oportunidades. Cabe a nós nos capacitar”, incentiva.

Silvio Moraes Júnior, 26, do oitavo período do curso de Engenharia de Produção, faz estágio em uma montadora desde dezembro. “Cobro sempre da chefia avaliação de meu trabalho e procuro ser pró-ativo”, dá a dica.

“Faço mensalmente avaliação de meu trabalho. Isso tem ajudado muito na minha carreira”, diz a assessora comercial Amábile Lucy Gomes, de 24.

Saiba onde se quer chegar

Gestor de Projetos e Comunicação da Top Quality Recursos Humanos, Giovani Falcão diz que a autogestão é um processo muito difícil. Segundo ele, há profissionais que acabam se perdendo nos objetivos e se frustrando profissionalmente. “No atual mercado competitivo e restrito a novos talentos, aquele que não apresentar um diferencial ou souber onde quer chegar, ficará à deriva por um bom tempo”, avalia Falcão.

O gestor da Top Quality afirma que, como num processo empresarial, as cinco fases do ciclo de gestão de carreiras propõem a divisão por etapas dos objetivos pessoais e a elaboração de um plano estratégico visando um resultado final. “Às vezes a escolha da carreira fica a cargo dos pais, sufocando o interesse pessoal. O erro já está nessa escolha, uma vez que não tenha aptidão ou interesse na área escolhida”, diz.

A gestora de carreiras Janaina Ferreira afirma que até a década de 1970 não havia a preocupação em gerenciar a carreira. “A empresa cuidava disso e a pessoa ficava no mesmo local até se aposentar. Hoje, gerenciar a carreira passou a ser vital”, conta. “Para apoiar a gestão já existem profissionais (coaches ou gestores de carreira) no mercado”, informa.

Você pode gostar