Por lucas.cardoso
Jalapão - Viajar de carro é algo comum, digamos. Viajar 6000 km, cruzando duas regiões do país, para encerrar numa terceira já é uma experiência mais emblemática, memorável, ao menos para quem se encontra percorrendo as estradas desse Brasil adentro. Partimos do Rio para o Jalapão, o fantástico parque situado no estado do Tocantins, com uma Toyota SW4 SRX 4x4 diesel, uma valente que foi invencível do início ao fim desta jornada emocionante e desgastante, que ainda teve passagens por Goiânia, Chapada dos Veadeiros (GO), Brasília e Palmas.
Nas longas horas de rodovias asfaltadas%2C cortando toda as Minas Gerais%2C Goiás e o DF%2C tranquilidade e conforto a bordo do utilitárioLeandro Eiró / Agência O Dia

Numa viagem de longa distância são vários os fatores que devemos levar em consideração para minimizar problemas. Vamos começar com o conforto que o carro proporciona. É mais do que fundamental pensar nisso, porque só no primeiro trecho fizemos (éramos três) direto do Rio para Goiânia, ou seja, cerca de 1.300 km. A fadiga de dirigir tudo isso, ficar toda esta distância e horas dentro de um veículo, foi amplamente atenuada pela estrutura de cabine da SW4.

Viajar longas distâncias de carro exige estratégia para lidar com o cansaço. Além do conforto da SW4%2C éramos três revezando o volanteLeandro Eiró / Agência O Dia

O utilitário proporciona grande bem estar para motorista e passageiros, bem acomodados nos confortáveis assentos, para somente aproveitar sorrindo a viagem de férias. Harmonia, estabilidade e bom isolamento acústico definem as percepções desta fase da expedição. Além da música via central multimídia, também compôs o som ambiente, de forma modesta e agradável, o ruído do motor diesel, um deleite para quem aprecia este tipo de propulsor. Nesta primeira parcial o piso também colaborou, asfalto de boa qualidade da privatizada BR-040. A via caprichada permitiu ao SUV Toyota cortar o Brasil como um bandeirante (com o perdão do trocadilho), fazia sol, chuva, dia ou noite. Aliás, na ausência de luz solar, outro diferencial do carrão se destacou: os faróis duplo LED aumentam muito a segurança para dirigir em tais condições, da forma como iluminavam muito a pista à frente.

Aptidão Off-road da SW4 foi amplamente explorada durante a expediçãoLeandro Eiró / Agência O Dia

Para quem estava ao volante, guiava numa posição de dirigir correta e confortável, ajustada por controles elétricos, além de comandos a mão como ar-condicionado e central multimídia, tudo respeitando a boa ergonomia. Na dirigibilidade, o motor 2.8 litros turbo de 177 cv e 45,9 kgfm de torque, combinado com transmissão automática de seis velocidades sequencial (com borboletas no volante), contribuiu para impecável fluidez nos quilômetros sem fim das rodovias.

Chegada em uma das cidades que compreendem o Jalapão%2C Ponte Alta do Tocantins (TO). Daí para as atrações locais%2C os recursos da 4x4 foram mais que necessáriosLeandro Eiró / Agência O Dia

A grande SW4 é, considerando o seu porte, ágil nas situações de curvas e retomadas, ainda dentro do universo do asfalto. A média de consumo, segundo o computador de bordo, girava em torno dos 10 km/l, em raros momentos atingiu os 11. Outra impressão positiva deste Toyota é a climatização do ambiente — o calor do Centro-Oeste, do Cerrado, é implacável. E assim, nesta situação tranquila, se foram duas regiões do Brasil para trás, para irmos nos aventurar no Norte.

Confiança em terreno selvagem

Deixando Palmas, capital do Tocantins, rumo ao mundo perdido do Jalapão, toda percepção de metrópole fica para trás, inclusive o asfalto. São quatro ou cinco cidades que circundam a região — maior que o estado de Sergipe — interligadas por estradas de terra em sua grande maioria, de centenas de quilômetros. Não é uma vida fácil, ainda que lá estávamos por turismo. Em certos trechos, não dava para passar dos 30 km/h, não dava para consultar o GPS (que nos colocava em meio ao nada), não dava para pedir ajuda a ninguém, porque realmente não havia nenhuma pessoa em qualquer direção que se olhasse para o horizonte.

No Jalapão%2C você está entregue a própria sorte. Na foto%2C paramos para admirar uma localidade onde não há ninguém e sinal de nadaLeandro Eiró / Agência O Dia

Havia medos numa situação destas, como do carro apresentar algum problema, mas a SW4 foi formidável onde carecia de infraestrutura básica para um veículo. As rodas de 18 polegadas calçadas com pneus mistos Bridgestone, tração 4x4 com reduzida, controles de tração e estabilidade, assistente para descida, enfim, todos os recursos para situações adversas foram amplamente necessários. Eram desafios consideráveis, obstáculos difíceis de transpor, que exigiam calma e confiança, cujos recursos e porte do utilitário foram decisivos para seguirmos em frente. As pouquíssimas placas de informação que encontrávamos nas estradas alertavam a necessidade de “uma caminhonete 4x4” para trafegar em determinado trecho. No “Deserto das Águas”, um dos nomes como é conhecido lá, havia uma estrada com uma grossa camada de areia fofa de praia, para acessar uma região de dunas que mais parece uma miragem de tão espetacular — e este Toyota nos conduziu até lá com extrema segurança.

A imagem fala por si só%3A você não encontra ninguém em um raio de quilômetrosLeandro Eiró / Agência O Dia

Foram mais de 600 km de fora de estrada, ou ainda atravessando rios, de uso exaustivo do carro. Impressiona como ao fim de tantos “maus tratos” nada estava solto, batia, ou novos ruídos apareceram. A direção, a suspensão, a harmonia na cabine, o conforto, tudo estava intacto na volta ao asfalto. A SW4 viveu e sobreviveu conosco ao Jalapão, de beleza e natureza selvagem, parece que apreciou a aventura como nós, notadamente porque ela parecia mais bela imunda de terra e lama como estava ao deixar o Tocantins. Depois de 6018 km percorridos, no Rio novamente, a maior experiência que vivemos com um veículo chegava ao fim, eternizada.

Computador de bordo entrega o tamanho da aventura%3A 6018 km percorridos de muito asfalto%2C terra e até riachosLeandro Eiró / Agência O Dia

Lista de equipamentos

No configurador do site da Toyota, esta versão topo de linha da SW4, SRX 4x4 diesel, custa R$ 242.620, com cinco lugares (a de sete sai por R$ 248.150). Sua lista de equipamentos é composta por itens como acabamento em padrão madeira no console e no volante, revestimento de bancos em couro e material sintético, luzes de leitura em LED, saídas de ar-condicionado central no teto, controle de intensidade do ar para as fileiras traseiras, três tomadas 12V, compartimento refrigerado no painel, computador de bordo via tela TFT, chave presencial, dois modos de direção, abertura e fechamento elétrico do porta-malas, interface multimídia com GPS e câmera de ré, retrovisor interno eletrocrômico e externos escamoteáveis,sete airbags, assistência em frenagem de emergência, controle de cruzeiro, isofix, entre outros.

Interior confortável foi fundamental para que a viagem fosse menos cansativa. Chegamos a rebater os bancos%2C estender colchões e dormir na SW4Leandro Eiró / Agência O Dia

Deserto das Águas

O Jalapão tem 34 mil km² de paisagem árida e do cerrado, porém cortado por muitos rios, riachos e ribeirões, com cachoeiras, todos de águas transparentes e potáveis, além de chapadões e serras com clima de savana, com destaque para dunas alaranjadas e espetaculares formações rochosas. Esta natureza selvagem está localizada nas cidades de Mateiros, Novo Acordo, Ponte Alta do Tocantins e São Félix do Tocantins.

O 'Deserto das Águas' tem paisagens típicas de Oásis%2C além das dunas%2C rios e cachoeiras diversasLeandro Eiró / Agência O Dia

Dentre os locais mais procurados estão a Cachoeira da Velha, uma grande queda d’água em forma de ferradura de aproximadamente 100 metros de largura e 15 metros de altura; as Dunas, cartão postal do Jalapão, de areias finas e alaranjadas que chegam a 40 metros de altura; os Povoados do Mumbuca e Prata, comunidades remanescentes de quilombos, cuja visitação possibilita apreciar a cultura local; a Cachoeira do Formiga, uma nascente de água verde-esmeralda formidável; os Fervedouros, com suas águas transparentes de nascentes, nas quais é impossível afundar, entre muitos outros.

Pertinho de Mateiros (TO)%2C uma das cidades do Jalapão%2C está a Pedra da Baliza%2C na foto. Ela é o marco da divisa de quatro estados%3A TO%2C PI%2C BA%2C MALeandro Eiró / Agência O Dia