Por lucas.cardoso

Rio - Muitos, principalmente da concorrência, se perguntam por que o Toyota Corolla vende tanto. E não é só no Brasil. No mundo, com mais de 44 milhões de unidades entregues, o Corolla já passou o Fusca faz tempo e se garante em liderança isolada como o automóvel mais vendido de todos os tempos. Quando um Corolla deixa as linhas de montagem a cada 15 segundos, para ser entregue em 150 países, pode-se perceber facilmente o quanto o modelo agrada.

Mas o motivo de agradar tanto mergulha em dados técnicos e resvala em itens subjetivos, que tentamos avaliar ao longo de uma viagem com a versão XRS 2018, lançada agora. A XRS é a nova versão que compõe a gama com acabamentos mais esportivos e mantém motor e câmbio. E isso, por incrível que pareça, explica por que este sedã se tornou num objeto do desejo.

Novo Corolla terá versão esportivaDivulgação

Enquanto a concorrência se debruça no discurso do contemporâneo, com motores sobre alimentados por turbos e diversos recursos de redução de consumo, a Toyota caminha niponicamente com seu investimento amortizado e, para os tecnicistas, nem tão moderno assim, sem se preocupar.

O carro é dono de quase a metade do mercado de sedãs médios no país e deve aumentar participação com o banho de loja que ganhou na dianteira.
Por dentro, o modelo absorveu as críticas e agora oferece o controle de estabilidade ESP de série, um painel ainda feio, mas pouco melhor e o velho e bom conforto de sempre.

As marcas e o marketing não entendem, mas o consumidor compra confiabilidade e revenda. Assim, carros turbo como o Civic e o Cruze são vistos com aspereza por olhos conservadores de compradores de sedãs. Os caras buscam até uma linha um pouco mais arrojada, mas gostam dos clássicos, e o Corolla já se tornou um deles.

Em test drive no interior de São Paulo, percebi que o 2018 é mais do mesmo. Mesmos motores 1.8 e 2.0 com comandos de válvulas variáveis, previsíveis e confiáveis, o silêncio interior é notável e as linhas, se não arrebatam como as do Civic, são ajeitadas.

Um carro sóbrio, de consumo contido, poucas quebras e alto valor de revenda, desde que seja preto, prata ou branco. O brasileiro ainda é muito conservador. Os preços começam em R$ 91 mil e chegam aos R$ 115 mil. O XRS testado custa R$ 109 mil.

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