05/03/2013. Forte chuva na Cidade do Rio, Alaga ruas na Praça da Bandeira. Foto - Fernando Souza / Agência O Dia       CIDADE / CHUVAS / TEMPO / CLIMA / CAOS - Arquivo O Dia
05/03/2013. Forte chuva na Cidade do Rio, Alaga ruas na Praça da Bandeira. Foto - Fernando Souza / Agência O Dia CIDADE / CHUVAS / TEMPO / CLIMA / CAOSArquivo O Dia
Por Lucas Cardoso

Rio - Nesta época do ano, são comum as pancadas de chuva e, como consequência, carros sofrerem danos com alagamentos. Foi o caso da arquivista Pamela Santana, de 27 anos, que teve seu carro invadido pelas águas da chuva na madrugada desta quinta-feira. "É complicado chegar em casa e perceber seu carro numa condição dessas", conta a moradora da Freguesia, que disse não ter percebido a situação do carro quando saiu para trabalhar às 6h da manhã pois ainda estava escuro. Especialistas dão dicas para como se portar em situações semelhantes a da dona da Uno 2009.

Segundo o diretor geral da Avanti, Luis Alexandre Motta, o mais importante nessas situações é manter a calma e nunca tentar dar a partida no carro antes de checar alguns pontos. "Primeiro, deve-se verificar em que altura a água chegou no carro. Se ela tiver ultrapassado o meio da roda, provavelmente haverá água dentro do escapamento e em partes importantes do motor. Nesse caso, o mais indicado é levar o veículo para um auto-centro ou oficina de confiança", explica o profissional.

Os carros alagados podem ter pequenos prejuízos, como pequenas limpezas que podem custar entre R$ 500 até R$ 2 mil, quando se limpam ou trocam carpetes, desmontam bancos, trocam filtros, entre outros. Mas em alguns casos, o prejuízo pode ser bem maior. "Quando o proprietário vira a chave sem verificar alguns detalhes, havendo água dentro do motor, pode ocorrer o 'calço hidráulico, que é quando a água entra junto com o ar e provoca uma pressão não suportada dentro do motor", detalha Motta. Segundo ele, esse problema é grave e, em algumas situações, pode custar até R$ 10 mil para refazer o motor.

Nos carros atuais, com muita tecnologia embarcada, o prejuízo pode até ser mais elevado se o motorista não agir rápido após uma situação de carro alagado. "Se o proprietário não procurar um profissional rápido, os módulos, que em alguns casos são mais de 15, podem apresentar defeitos e isso eleva ainda mais o custo do reparo", explica o gerente de pós-venda da Dirija, Leonardo Figueiredo, de 34 anos. De acordo com o especialista, como esses itens controlam as funções eletrônicas do carro, já possuem uma blindagem contra água e ficam na parte alta do carro, o que reduz a chance de apresentar problemas. Mas eles podem acontecer se o carro ficar muito tempo na água ou demorar a ser reparado.

Segundo Leonardo, nas situações de enchente, o ideal é procurar um lugar alto, parar o carro e se abrigar. Entretanto, se isso não for possível e o motorista resolver se arriscar, é necessário ficar atento ao nível da água, manter a aceleração constante e nunca parar dentro da poça. "O motorista deve sempre manter a calma e controlar a aceleração do carro. Nessas situações, o ideal é que o giro do motor fique acima de 2500 rpm e, em nenhuma hipótese, troque de marchas", explica Leonardo. Se isso acontecer, o motor vai puxar a água e provavelmente morrerá.

Se o proprietário tiver seguro, a dor de cabeça será menor. O professor e coordenador da Escola Nacional de Seguros, José Varanda, explica que praticamente todas as apólices de seguros cobrem danos causados pelas chuvas. Danos ao carro pela entrada de água, quedas de árvores, muros e postes. No entanto, o especialista alerta para os motoristas que se arriscam e forçam a passagem em alagamentos, o que configura o agravamento de risco. "As seguradoras possuem peritos que avaliam a situação do veículo para verificar se os estragos do carro configuram realmente um sinistro ou falha do proprietário", esclarece Varanda.

Ainda de acordo com o especialista, todo os reparos estão cobertos. "São comuns os casos em que o reparo é tão custoso que a seguradora da perda total. Isso acontece quando o valor do conserto supera 75% do preço do automóvel pela tabela fipe", conta Varanda.

Você pode gostar
Comentários