Buracos no asfalto - fotos Reprodução da internet
Buracos no asfaltofotos Reprodução da internet
Por Lucas Cardoso

Rio - Uma pesquisa divulgada na última semana pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) constatou que mais da metade de todo o asfalto em rodovias do país (57%) está em condições de estado péssimo, ruim ou regular. Entretanto, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) minimizou o problema. A autarquia responsável pelas rodovias não reconhece o parâmetro utilizado pela CNT para fazer o levantamento.

Desde o ano passado, o órgão utiliza o Índice de Condição da Manutenção (ICM) para definir os investimentos na malha. Diferente do resultado obtido pela confederação, que aponta 57% do asfalto em condições de estado péssimo a regular, a metodologia utilizada pelo governo indica que apenas 41% das rodovias federais pavimentadas estão nessas condições, o equivalente a 23,5 mil quilômetros. Ao todo, são 57,2 mil quilômetros de vias asfaltadas no país.

Apesar da discordância sobre a condição do asfalto em rodovias federais, os dois estudos (CNT e ICM) associam a queda de investimento público à piora das estradas em todo país. Para a confederação, os trechos de rodovias concedidas à iniciativa privada foram os únicos que tiveram melhoria entre 2017 e 2018. No total, 81,9% do estado geral dessas vias foi classificado como ótimo ou bom no ano passado, esse índice foi de 74,4%.

O presidente da CNT, Clésio Andrade, diz que é importante ampliar a participação da iniciativa privada na construção e manutenção das rodovias brasileiras para melhorar esse cenário. "Não temos dúvidas de que o poder público precisa reconhecer a importância da iniciativa privada e chamar os investidores para serem protagonistas dessa empreitada".

De acordo com o estudo da CNT, o número de pontos críticos cresceu de 363 para 454. Esses trechos, que podem ser classificados como 'situações graves', ocorrem na via e podem trazer riscos à segurança dos motoristas. Esse pontos também podem motivar custos adicionais de operação, devido à possibilidade de dano severo aos veículos, aumento do tempo de viagem ou elevação da despesa com combustível.

Pequena durabilidade, falta de manutenção preventiva, técnicas de construção antiquadas programadas nos anos 1960 e menos de 13% de rodovias pavimentadas continuam sendo fatores decisivos para o mau estado do asfalto no país, aponta a CNT. A pesquisa avalia a condição do asfalto, que inclui buracos, ondulações, fissuras e trincas, sinalização (vertical e horizontal) e geometria da pista.

Pneus são componentes mais afetados por asfalto ruim
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Os pneus são os componentes de veículos mais afetados pela má qualidade do asfalto. Segundo Wander Bandeira, gerente de pós-venda da Barra For, o motorista deve evitar as vias mais acidentadas e criar algumas rotinas para reduzir riscos. "Os pneus e rodas são os primeiros a apresentar sinal de problemas, mas o sistema de suspensão e os freios também podem ter seu desgaste acelerado por causa dos buracos. No caso dos pneus, o dano pode ser evitado se o motorista mantiver o componente sempre calibrado de acordo com a orientação do fabricante", explica. 
Ainda segundo o especialista, em último caso, quando o motorista é pego de surpresa e não pode mais fugir do buraco, o indicado é manter a velocidade e passar com a direção reta. "Qualquer mudança de direção repentina dentro de uma abertura dessas pode provocar um impacto em áreas menos protegidas do pneu, como as laterais. Se isso acontecer, o prejuízo pode ser de no mínimo R$ 800 para a troca de pneu e roda", alerta Wander. 
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