Primeiro modelo foi fabricado 1959 na linha de produção da marca em São Bernardo do Campo (SP). Modelo tinha 54% das peças nacionais.  - Divulgação
Primeiro modelo foi fabricado 1959 na linha de produção da marca em São Bernardo do Campo (SP). Modelo tinha 54% das peças nacionais. Divulgação
Por Lucas Cardoso

Rio - Para alguns, o Fusca é quase uma religião. Para outros, um membro da família. Muitos têm até apelido. É o caso do modelo 1977 do engenheiro mecânico Marco Davim, de 43 anos. Ele o chama de 'gasparzinho'. Apesar de seus mais de um milhão de quilômetros rodados, o carrinho camarada está em boa forma. "Temos uma relação que supera a amizade. Ele tem a mesma idade que eu. Gasto um tempo precioso para mantê-lo sempre em perfeito estado", comenta Marco. O exemplar do engenheiro é um dos 245 mil que circulam no Rio e fazem parte da história do Volkswagen Fusca brasileiro, que completa 60 anos este mês.

O modelo começou a ser produzido na fábrica de Anchieta, em São Bernardo do Campo (SP), em 1959. Chamado apenas de Sedan na época, o então carro-chefe da Volkswagen rapidamente caiu no gosto do motorista devido às suas características resistentes. O interesse foi tão grande que, no fim de 1959, o modelo já era o mais vendido no país, e assim permaneceu por 24 anos.

Fusca no Rio

De acordo com o Departamento de Trânsito do Rio de Janeiro (Detran-RJ), há 245.749 Fuscas regularizados e circulando pela cidade. Desses, 380 possuem a placa preta, destinada a veículos de colecionador.

Carinhosamente apelidado de 'besouro', o modelo icônico começou sua história no país ainda antes de 1959. Segundo a Volkswagen, as primeiras unidades foram montadas aqui no início dos anos 1950, mas as peças ainda eram importadas. A produção nacional veio no fim da década, na fábrica do interior de São Paulo.

As primeiras unidades utilizaram o motor 1200 capaz de gerar a potência de 36 cavalos. Potência suficiente para levar o pequeno para qualquer lugar. O câmbio tinha quatro marchas e a velocidade máxima era de 110 km/h. Refrigerado a ar, o motor de simples construção tinha outro fator positivo: a facilidade de manutenção. Anos depois, vieram outras opções de motor, como o 1300, o 1500 — carinhosamente chamado de "Fuscão" —, e o 1600. Todos com a mesma simplicidade de engenharia.

Versátil e resistente

Assim como Marco Davim, Guilherme King e sua esposa Michele Lourenço também são apaixonados pelo modelo histórico da Volkswagen. O casal de publicitários realiza, no próximo domingo, a primeira edição carioca do Dia Nacional do Fusca, que vai reunir aficionados no Shopping Nova Iguaçu.

Comum a todos eles, o sentimento de gratidão. "Já passei por uma situação em que a correia do motor arrebentou e, no desespero, resolvi improvisar com o cadarço do meu tênis. E não é que o carro chegou até em casa", lembra Guilherme.

Para ele, o Fusca ainda possibilita o surgimento de novas amizades. "Quem tem um Fusca quer contar a história do seu carro e ouvir a de outros proprietários. Nessas conversas, esquecemos os problemas. Por essas e outras que o Fusca é tão querido", comenta Guilherme.

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