Por felipe.martins

Brasília - Segunda maior empreiteira do país, a Andrade Gutierrez informou aos investigadores da Operação Lava Jato que pagou despesas com fornecedores da campanha eleitoral de Dilma Rousseff em 2010. O pagamento foi feito por meio de contrato fictício de prestação de serviço.

De acordo com o jornal ‘Folha de S. Paulo’, a revelação foi feita no acordo para a delação premiada de 11 executivos da Andrade, e é a primeira citação direta de irregularidade apurada pela Lava Jato que envolve uma campanha da presidente da República.

O fornecedor conhecido até aqui, segundo pessoas que tiveram acesso aos detalhes do acordo no Ministério Público Federal, é a agência de comunicação Pepper – que trabalhou para Dilma em 2010. O pagamento foi feito, segundo delatores, a pedido direto de um dos coordenadores da campanha do PT.

Pagamento à campanha de Dilma em 2010 foi feito por contrato fictício Divulgação

Para dar um aspecto de regularidade ao pagamento em sua contabilidade, a Andrade produziu um contrato fictício com a Pepper, segundo o relato. O valor, segundo o mesmo relato, superava os R$ 5 milhões à época.
Em 2010, a Andrade Gutierrez fez três doações oficiais para o comitê financeiro da campanha de Dilma, entre agosto e outubro, que somam R$ 5,1 milhões. Já a campanha de Dilma declarou gastos de R$ 6,5 milhões especificamente com a agência Pepper.

De acordo com ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), esse tipo de triangulação representa caixa dois. Como se trata da campanha de 2010, na Justiça Eleitoral não haverá implicações diretas em caso de comprovação do crime, como perda do mandato, porque o governo se encerrou em 2014.

À ‘Folha’, o tesoureiro da campanha presidencial de 2010, José de Filippi Júnior, negou irregularidades apontadas pela Andrade Gutierrez. Segundo ele, “tudo foi feito de maneira legal, legítima e não houve fraude”. A Pepper informou que não tem conhecimento da delação da Andrade e que só vai se manifestar no momento e no foro apropriados. 

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