Rio - O anúncio da ‘quase prisão’ do ex-presidente Lula foi o estopim para que centenas de pessoas, a favor e contra o Governo, ocupassem as ruas em várias capitais brasileiras. Durante todo o dia, os ânimos se exaltaram levando grupos a se enfrentarem de forma violenta. Em São Paulo, houve pancadaria em frente à casa do ex-presidente, em São Bernardo do Campo, no ABC paulista. O clima de tensão se acirrou quando manifestantes dos dois lados começaram a se agredir verbalmente, usando palavras e expressões racistas como ‘macaco’.
A tensão aumentou dos dois lados até que homens e mulheres trocaram chutes e socos. Pelo menos três pessoas foram detidas pela polícia paulista. Um homem ficou sangrando e foi levado para o Hospital de São Bernardo do Campo. A confusão também tomou conta do Aeroporto de Congonhas, onde Lula prestava depoimento à Polícia Federal.
À noite, quartéis do Exército foram postos de sobreaviso na capital paulista. Militares poderão ser acionados pelo governador Geraldo Alckmin ou pela presidente Dilma Rousseff, em caso de emergência.
No Rio, sindicalistas da Central Única dos Trabalhadores (CUT) saíram às ruas em apoio à Lula. Sob o lema ‘Não vai ter golpe’, 250 pessoas seguiram em passeata da Presidente Vargas até a Central do Brasil. Duas faixas da via foram interditadas. Antes, líderes sindicais se reuniram para falar do episódio. Para o presidente regional do PT, o prefeito de Maricá Washington Quaquá, a medida foi um atentado ao partido que ele classificou como “sequestro à luz do dia”. “É para tentar desgastar a imagem do Lula, só que eles terão a luta de massa da esquerda como eles pediram com essa ação”, disse.
O presidente da CUT no Rio, Marcelo Rodrigues, afirmou que os militantes não assistirão ao golpe calados e citou outro investigado na Lava Jato, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB). “Não está igual. Cunha tem contas no exterior e nada acontece. Querem proibir o PT de participar das eleições presidenciais de 2018”, indignou-se o presidente da CUT-Rio.
Protestos movimentaram a sexta-feira, em Fortaleza, no Ceará, em Belo Horizonte, em Minas Gerais, e em Brasília. Na capital federal, a CUT promoveu passeata, que interditou alguns pontos da cidade e causou congestionamentos. À noite, cerca de 300 manifestantes se reuniram em frente à sede da TV Globo. Pelas redes sociais, grupos promoveram um ‘aplaudaço’ para a PF, que deflagrou a operação.Antes, líderes sindicais se reuniram para falar do episódio. Para o presidente regional do PT, o prefeito de Maricá Washington Quaquá, a medida foi um atentado ao partido que ele classificou como “sequestro à luz do dia”. “É para tentar desgastar a imagem do Lula, só que eles terão a luta de massa da esquerda como eles pediram com essa ação”, disse.
O presidente da CUT no Rio, Marcelo Rodrigues, afirmou que os militantes não assistirão ao golpe calados e citou outro investigado na Lava Jato, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB). “Não está igual. Cunha tem contas no exterior e nada acontece. Querem proibir o PT de participar das eleições presidenciais de 2018”, indignou-se o presidente da CUT-Rio.
Protestos movimentaram a sexta-feira, em Fortaleza, no Ceará, em Belo Horizonte, em Minas Gerais, e em Brasília. Na capital federal, a CUT promoveu passeata, que interditou alguns pontos da cidade e causou congestionamentos. À noite, cerca de 300 manifestantes se reuniram em frente à sede da TV Globo. Pelas redes sociais, grupos promoveram um ‘aplaudaço’ para a PF, que deflagrou a operação.
Novos atos mobilizam grupos rivais
Depois de um dia de ânimos exaltados, manifestantes se preparam para ato contra o governo marcado para 13 de março em todo o País. Nesta sexta-feira, a convocação foi feita pela Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo.
O próximo protesto está sendo organizado por movimentos que defendem o impeachment da presidente Dilma e tem apoio de parte dos partidos de oposição.
O presidente da Associação Comercial de São Paulo, Alencar Burti, diz que é preciso que o empresariado “se una e se posicione contra o atual momento de crise do País, expressando nas ruas a sua insatisfação e exigindo mudanças urgentes”. O texto cita a queda de 3,8% do PIB, divulgada nesta sexta-feira, o recuo dos investimentos e a recessão pela qual passa o País.
Já o PT mobiliza a militância para reagir. O partido iniciou uma ‘operação de guerra’ para convocar seus filiados e os movimentos sociais para manifestações nas ruas. A ideia é realizar grandes atos em defesa de Lula no fim de semana.
Um novo protesto deve ocorrer, domingo, às 10h, em frente à TV Globo, no Jardim Botânico. O grupo considera que a emissora faz cobertura que prejudica Lula. A ordem é preparar manifestações, reforçadas por centrais sindicais e movimentos como o MST.
Lula vira alvo de piadas nas redes sociais
O nome do ex-presidente Lula ocupou nesta sexta-feira o primeiro lugar nos Trending Topics Mundiais no Twitter. A condução coercitiva do petista pela Polícia Federal na manhã desta sexta-feira bombou nas redes sociais durante todo o dia. As piadas, contra ou a favor, viralizaram na Internet. As reações sobre a quase prisão não foram unânimes.
Os internautas não perdoaram e fizeram vários memes sobre o ocorrido. E como a zoeira não tem limites nas redes sociais ninguém se livrou, nem mesmo o ator José de Abreu, que interpreta o ‘Pai’ da facção em ‘A Regra do Jogo’.
Em outra postagem, a brincadeira mostra Lula perguntando à Dona Marisa se ela chamou o serviço de táxi, Uber, ao ver chegar em sua casa o carro preto da PF. A ex-primeira dama não escapou. Com um vestido na cor do tapete, internautas apontavam uma dona Marisa se escondendo dos policiais.
Até a polêmico triplex, no Guarujá, em São Paulo, investigado na operação Lava Jato, foi alvo dos comentários. Uma das montagens mostra a carceragem da PF, com os seguintes dizeres: “Lula, agora usufrui de triplex com heliponto”.