Rio - Após a aprovação da admissibilidade do processo de impeachment na Câmara dos Deputados, a agenda da presidente Dilma Rousseff, divulgada pela Secretaria de Comunicação Social, prevê apenas despachos internos. No entanto, é provável que ela faça um pronunciamento na tarde desta segunda-feira, no Palácio do Planalto, a respeito do resultado da votação deste domingo, que envia a análise da denúncia para o Senado. A ideia inicial seria fazer um pequeno evento no qual Dilma estaria com ministros, bem como parlamentares mais próximos.
O advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, afirmou na madrugada desta segunda-feira, em entrevista coletiva logo após a votação da Câmara, que o resultado “não abaterá” a presidenta Dilma Rousseff, que, segundo ele, “é uma mulher muito forte” e está aberta ao diálogo para soluções que “jamais passarão por um golpe de Estado”. Segundo Cardozo, ela irá se pronunciar nesta segunda-feira sobre a decisão da Câmara, possivelmente no período da tarde.
Informando não ter participado de nenhuma discussão sobre a possibilidade de o governo convocar eleições gerais como forma de sair da crise política, Cardozo evitou discutir o assunto. Ele disse também que o governo foi traído por diversos deputados. “Várias pessoas que diriam que iam votar [contra o impeachment] não votaram”.
Neste domingo, Dilma se isolou no Palácio da Alvorada, de onde acompanhou a decisão na Câmara dos Deputados. Da Sala dos Estados do Alvorada, ao lado da biblioteca, Dilma assistiu pela TV à sessão acompanhada dos ministros Jaques Wagner, da chefia de Gabinete da Presidência; de Ricardo Berzoini, da Secretaria de Governo; de Kátia Abreu, da Agricultura; Aldo Rebelo, da Defesa; José Eduardo Cardozo, da Advocacia-Geral da União; e Edinho Silva, da Secretaria de Comunicação.