Por clarissa.sardenberg

Brasília - Uma sessão dominada por discussões acaloradas deu início nesta terça-feira aos trabalhos da comissão especial que analisa o pedido de impeachment da presidenta Dilma Rousseff no Senado. A polêmica de mais de duas horas ocorreu com a eleição do relator, senador Antônio Anastasia (PSDB-MG). A confirmação do nome do senador tucano, em votação simbólica, marcou a primeira grande derrota dos governistas na comissão, que conseguiram somar apenas cinco votos contrários.

A indicação de Anastasia surgiu pela proporcionalidade de bancadas. De acordo com o critério que definiu a composição da comissão, a relatoria caberia ao Bloco Parlamentar da Oposição (PSDB-DEM-PV).

Senador Aécio Neves cumprimenta os senadores Raimundo Lira (PMDB-PB) e Antonio Anastasia (PSDB-MG) eleitos para a presidência e relatoria da Comissão Especial do ImpeachmentAgência Brasil

Mesmo não sendo integrante da comissão especial do impeachment, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) entrou na sala de reuniões logo após a eleição do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) como relator. Sorrindo, ele felicitou o companheiro tucano e cumprimentou também o presidente da mesa, senador Raimundo Lira (PMDB-PB), durante a sessão desta terça-feira, 26

Na segunda-feira, o ex-candidato à Presidência da República ironizou as críticas dos governistas ao nome de Anastasia. "Fico muito feliz de ver que o único defeito que encontram nele é o fato de ele ser meu amigo. Se esse é o problema, acho que ele tem um grande aval para assumir esse posto." E brincou: "Quem sabe posso brigar com ele até o final desse processo para que esse seu defeito seja sanado pelo menos de forma temporária".

Anastasia agradeceu a votação e afirmou que seguirá o rito estabelecido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), provocado no fim do ano passado pela Câmara dos Deputados, onde o processo começou a tramitar e foi aceito no dia 17 deste mês. “Conto com todos para este trabalho de grave responsabilidade e muito equilíbrio, de modo que tenhamos um resultado nos prazos devidos”, afirmou.

Como já havia sido acertado, o nome do senador Raimundo Lira (PB), indicado pelo PMDB, o partido de maior bancada na Casa, foi confirmado sem nenhuma contestação de parlamentares de oposição e do governo. Mesmo sendo do PMDB, aliados da presidenta consideram que o senador tem bom trânsito com todos e uma postura equilibrada.

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