Por rafael.souza

Brasília - Com o afastamento de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) de seu mandato como deputado federal imposto pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a partir desta quinta-feira, quem assume o comando da Câmara dos Deputados é o primeiro vice-presidente da Casa, o parlamentar Waldir Maranhão (PP-MA).

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Aliado de Cunha%2C vice-presidente da Câmara é investigado pela Operação Lava JatoAntonio Augusto/ Câmara dos Deputados - 17.4.16

O constrangimento de ter um presidente da Câmara dos Deputados investigado continua com o novo ocupante do cargo,  também investigado pela Operação Lava Jato. De acordo com as investigações, o doleiro Alberto Youssef, condenado por lavagem de dinheiro, afirmou que Maranhão foi um dos políticos do PP que recebeu recursos por meio de uma empresa usada pelo doleiro para distribuir propina oriunda de contratos da Petrobras. O presidente interino da Câmara, contudo, ainda não se tornou réu, como Cunha.

Maranhão também é alvo de outros dois inquéritos que também tramitam no STF. Ele é acusado de lavagem de dinheiro e ocultação de bens, direitos e valores. O deputado do PP também traz no currículo outros questionamentos na Justiça Eleitoral. Ele teve suas contas de campanha de 2010 para deputado rejeitadas pelo Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão (TRE-MA).

Médico veterinário de formação, Maranhão está em seu terceiro mandato consecutivo de deputado. No ano passado, ele foi eleito vice-presidente da Câmara com apoio de Eduardo Cunha. Em troca, defendeu no Conselho de Ética a limitação das investigações contra Cunha.

Na votação do impeachment, contudo, os dois estiveram em lados opostos. O deputado começou declarando voto a favor do impeachment, mas, dias antes da votação, mudou de lado e passou a apoiar Dilma. Na hora de anunciar o voto, contudo, reiterou sua lealdade a Eduardo Cunha.


Esquerda comemora

Em uma manhã agitada na Câmara, líderes partidários se acotovelavam para comentar e comemorar o afastamento do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) da presidência da Casa.
Líder da Rede, partido que entrou com a ação pedindo o afastamento de Cunha no STF, o deputado

Alessandro Molon (RJ) lembrou que o primeiro movimento de legendas pedindo a saída de Cunha aconteceu em novembro. “Não ganhamos a guerra, mas ganhamos certamente uma das batalhas mais importantes da Casa”, resumiu Molon.

A deputada Luiza Erundina (PSOL-SP) - que recentemente numa rebelião em plenário sentou-se na cadeira de Cunha - definiu como vitória da democracia o afastamento de Cunha. “A Casa deveria ter afastado há muito tempo esse corrupto”, afirmou. Ela também criticou o processo de impeachment da presidente Dilma: “Que situação é essa? Que País é esse?”

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