Por clarissa.sardenberg

São Paulo - Uma estudante de 19 anos que participava de um ato contra o impeachment e o governo do presidente Michel Temer, na noite desta quarta-feira, perdeu a visão do olho esquerdo depois de ser atingida por estilhaços de bomba de efeito moral lançada pela Polícia Militar. Deborah Fabri usou as redes sociais para divulgar que passou por diversos exames, no Hospital das Clínicas, e "está bem", apesar de cega de um olho.

Estudante Deborah Fabri ficou cega de um olho após ser atingida por estilhaço de bomba da PM Reprodução Facebook/ Mamana Foto Coletivo

Vídeos nas redes sociais mostram pessoas machucadas e carregadas da manifestação. Segundo a CUT, cerca de 20 mil pessoas participaram do ato. A PM respondeu que não divulga mais estimativa de público.

Dois fotógrafos que documentavam um protesto na Rua da Consolação foram detidos e a câmera de um deles feita em pedaços. De acordo com a assessoria da PM de SP, não se sabe o motivo do lançamento das bombas.

Estudante Deborah Fabri sendo amparada por manifestantes na Av. Paulista Reprodução Facebook/ Jornalistas Livres

Os profissionais foram levados ao 78° DP sob alegação de estarem "jogando pedras contra a tropa".Eles negaram a acusação e um dos fotógrafos denunciou que foi agredido. Após exame de corpo de delito, os dois foram liberados. Segundo a PM, o caso está sendo investigado junto com inquérito para apurar danos aos patrimônios público e privado.

Recentemente, a Justiça culpabilizou o fotógrafo Sérgio Silva, que em 2013 perdeu a visão de um olho ao ser atingido por uma bala de borracha. “No caso, ao se colocar o autor entre os manifestantes e a polícia, permanecendo em linha de tiro, para fotografar, colocou-se em situação de risco, assumindo, com isso, as possíveis consequências do que pudesse acontecer, exsurgindo desse comportamento causa excludente de responsabilidade, onde, por culpa exclusiva do autor, ao se colocar na linha de confronto entre a polícia e os manifestantes, voluntária e conscientemente assumiu o risco de ser alvejado por alguns dos grupos em confronto”, disse o juiz na decisão.

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