Por gabriela.mattos
Brasília - O Ministério Público Federal no Paraná (MPF-PR) anunciou ontem a devolução de mais de R$ 204,2 milhões em recursos da corrupção recuperados pela Lava Jato para a Petrobras. É o terceiro e maior reembolso para a estatal no âmbito da operação. A soma das transferências já chega a meio bilhão de reais. O valor retorna aos cofres da petroleira por meio de 18 acordos de colaboração premiada — celebrados com pessoas físicas —, e três são de leniência — feitos com pessoas jurídicas.

Para o procurador da República e coordenador da força-tarefa Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol, foi um dia de celebração de um marco histórico. “Não se trata só de dinheiro. O que vemos hoje, satisfeitos, é o sentimento de justiça de um povo que está acostumado a não reaver nenhum tostão para os cofres públicos. Isso renova nossas esperanças e nos dá a sensação do Brasil mais justo que queremos ter”, destacou.

Procuradores e o presidente da Petrobras%2C Pedro Parente (E) celebram a devolução milionária à estatalAgência Petrobras

O presidente da Petrobras, Pedro Parente, afirmou que há potencial de ressarcimento de mais de R$ 5,5 bilhões à estatal referente a valores desviados da empresa. “Acelerar esse processo é mais uma forma de fazer justiça a todos”, disse Parente.

A força-tarefa que comanda a Lava Jato aproveitou a coletiva de imprensa para fazer um manifesto contra as tentativas do Congresso de mudar o projeto das 10 medidas contra a corrupção. Segundo a procuradora-chefe do MPF no Paraná, Paula Cristina Conti Thá, “vivemos um momento de ameaça com medidas no Congresso que visam a calar o MP e a Justiça”.
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Paula citou como perigos a troca de parlamentares na comissão especial criada para estudar o tema, além da apresentação de medida que visa a estabelecer crimes de responsabilidade para membros do MP e juízes. “Ao Congresso cabe discutir as medidas e até não aprová-las, mas o que não se pode admitir é que sejam deformadas a ponto de se transformarem em intimidação aos agentes públicos encarregados do combate à corrupção”, atacou.