Rio Grande do Sul - A Prefeitura de São Francisco de Paula (RS), na Serra Gaúcha, decretou, na noite desta segunda-feira, situação de emergência após a cidade ser devastada por um tornado no último domingo. O fenômeno atípico deixou cerca de 1,6 mil pessoas desabrigadas, destruiu centenas de residências e matou o jovem Claudemir Gomes Freitas, de 24 anos, atingido com uma barra de ferro lançado pela força do vento.
A prefeitura também iniciou uma campanha para doações em dinheiro, que podem ser feitas em três contas fornecidas em seu perfil no Facebook. O município também disponibilizou um posto de atendimento psicologico no bairro Santa Isabel, um dos seis atingidos pelo fenômeno.
Além das casas destruídas e do jovem morto, pelo menos 70 pessoas ficaram feridas e foram atendidas pelo hospital do município, que fica a 112 km de Porto Alegre e tem pouco mais de 20 mil habitantes
Tornado com ventos de até 150 km/h
Os tornados são medidos em seis níveis, sendo o F0 o mais leve, com ventos de 65 a 115 km/h e o F5 o mais severo, com ventos que chegam a 500 km/h. A diferença para um furacão é que sua formação é em terra e com duração de alguns minutos, enquanto os furacões podem levar dias para se dissiparem e se formam nos oceanos.
De acordo com a MetSul, empresa de meteorologia, o fenômeno que atingiu a cidade gaúcha foi um tornado de categoria F1, cujos ventos têm força de até 150 km/h, acompanhado de uma supercélula de tempestade severa, .
"O rastro de dano oscila de dezenas a centenas de metros, o que é comum na passagem de um tornado", diz o relatório da MetSul, assinado pelos meteorologistas Estael Silas e Luiz Fernando Nachtigall. O diagnóstico também lembra que, conforme relatos dos moradores, a duração do fenômeno foi de 30 segundos a um minuto, o que confirma a hipótese de tornado.
Para os meteorologistas, o motivo do episódio natural foi uma frente fria que formou supercélulas com chuvas intensas, que algumas vezes, são acompanhadas por tornados.
Ainda de acordo com o MetSul, o cone de rotação típico do tornado não foi visualizado tocando o chão por conta da forte chuva, que acabou mascarando o fenômeno. O relatório é finalizado afirmando que a região da Serra Gaúcha, onde fica São Francisco de Paula, tem histórico de formação de tornados por conta do relevo da localidade.
A reportagem tentou entrar em contato com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), mas ainda não obteve resposta.
Vídeos mostram cenário de pós-guerra
No Twitter, usuários relataram a passagem da tempestade em São Francisco de Paula. Em um dos vídeos, é possível ver uma imensa nuvem passando no céu do município. Em outra postagem, um internauta mostra a destruição das casas atingidas, em um cenário praticamente de pós-guerra.
Vídeo que eu fiz ontem de manhã pelas 8:15 na barragem do Divisa em São Francisco de Paula. #GauchaHoje @RdGaucha pic.twitter.com/N3BHK0hM25
— Edimilson Watzlawick (@edimilsontopgan) 13 de março de 2017
Esse video mostra bem a destruição de São Francisco de Paula @metsul @Estaelsias @Climaterra pic.twitter.com/gVjUaxQhky
— Digoo WebSites (@diegobencke) 12 de março de 2017