Por thiago.antunes

Brasília - Renato Duque quer ser interrogado novamente pelo juiz federal Sérgio Moro. Nesta quinta-feira, a defesa do ex-diretor de Serviços da Petrobras enviou ofício pedindo para ser ouvido na ação penal sobre irregularidades na obtenção, pela empreiteira Odebrecht, de contratos de afretamento de sondas com a Petrobras.

A delação de Duque, que ocupava uma posição estratégica na Petrobras, controlando vultosos recursos, é considerada de potencial explosivo. O braço direito do executivo na Petrobras, Pedro Barusco, confessou, em delação fechada em 2015, recebimento de propinas por um período de dez anos e aceitou devolver R$ 167 milhões à estatal.

Renato Duque: condenado a penas de mais de 50 anos, ex-diretor estaria em busca de acordo de delaçãoAgência Brasil

“O ora acusado, de forma espontânea e sem quaisquer reservas mentais, pretende exercer o direito de colaborar com a Justiça (...) Tal pretensão do acusado é feita livre de qualquer coação física ou mental”, escreveram os advogados de Duque, que foi interrogado em 17 de abril e ficou em silêncio.

Duque está preso desde março de 2015 na Lava Jato. O ex-diretor está condenado a mais de 50 anos de prisão, em três processos, e é considerado o principal braço do PT no esquema de propinas.

Na ação em que Duque é réu, também são o ex-ministro Antonio Palocci (Fazenda e Casa Civil/Governos Lula e Dilma), o empreiteiro Marcelo Odebrecht e outros 12 investigados.

Em agosto do ano passado, Duque havia retomado as negociações para um acordo de colaboração premiada com o Ministério Público Federal, mas não houve acordo com o Ministério Público Federal.

Agora, o executivo volta a tentar um acordo e estaria disposto a contar muito do que sabe sobre esquemas de desvio na estatal, de preferência antes que Antonio Palocci, por sua vez, ofereça informações sobre a diretoria que era controlada pelo PT.

Reunião com Lula sobre triplex

Em depoimento a Sérgio Moro, o executivo Paulo Gordilho, ligado à OAS, disse que esteve em São Bernardo do Campo (SP) mostrar ao ex-presidente Lula dois projetos relacionados ao sítio em Atibaia (SP) e ao tríplex do Guarujá (SP) que os promotores da Lava Jato dizem ser propriedades do petista, o que ele nega.

Gordilho narrou a Moro que foi à cidade onde mora o ex-presidente acompanhado do ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro. “Fomos lá e explicamos os dois projetos”, disse o executivo.

Paulo Gordilho foi interrogado em ação penal na qual é réu, assim como o ex-presidente Lula. O petista é acusado de receber R$ 3,7 milhões em benefícios da empreiteira por meio do tríplex e do armazenamento de bens do acervo presidencial.
Para a defesa de Lula, as afirmações foram feitas “sem nenhuma evidência”.

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