Por rodrigo.sampaio

Brasília - Na reunião de emergência convocada para a noite desta quarta-feira, no Palácio do Planalto, com 22 ministros e representantes dos titulares de pastas que não estavam em Brasília, o presidente Michel Temer cobrou de todos que trabalhem junto às suas bancadas para garantir os votos para derrubar na Câmara a denúncia apresentada contra ele pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. "Agora é um momento em que todos têm de dar provas efetivas do seu engajamento", cobrou o presidente, de forma enérgica, conforme relatou um dos ministros presentes.

Presidente exige que ministros ajam em conjunto para Governo superar os recentes obstáculosReprodução Vídeo

Temer quer que todos mostrem ação para mostrar que o governo não está parado, como ele mesmo está tentando assegurar, ao embarcar para a Alemanha nesta quinta-feira, para a reunião do G20. A reunião foi convocada no mesmo dia em que o presidente apresentou, no Congresso, sua defesa à denúncia de Janot. O presidente quer apoio não só político para derrubar a peça de acusação, mas também para garantir votações importantes, como a reforma trabalhista, que considera fundamental para dar um "fôlego político" ao seu governo.

Ao pedir o engajamento total de cada um, Temer lembrou que, como eles são ministros políticos, têm de trabalhar junto a seus partidos para garantir os votos que o governo precisa para ter continuidade. Lembrou que os ministros são "lideranças expressivas" das suas legendas e que, portanto, "têm autoridade política pra cobrar o partido".

Os recados foram dirigidos principalmente ao PSDB, que tem sete votos na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, onde a denúncia será analisada antes de ir ao plenário. Estima-se que apenas um tucano votará a favor de Temer no colegiado, apesar de o partido contar com quatro ministros no governo.

O presidente quer reduzir ao mínimo possível o número de traições. Para isso, pediu que todos passam a agir efetivamente desde já para tentar conquistar votos para barrar a denúncia, seja na CCJ, seja no plenário. O governo estima ter 34 dos 66 votos na comissão assegurados - apenas um acima do necessário. Com o argumento de que as provas são "frágeis", o Planalto espera convencer os parlamentares a votarem contra a denúncia.

Segundo relato de outro presente ao encontro, Temer fez muitas críticas ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

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