Brasília - As medidas de arrocho anunciadas pelo governo – com aumento de tributos e contingenciamento de recursos – contrastam com a gastança do Governo, flagrante no inchaço da máquina pública e o excessivo uso dos chamados cartões corporativos.
Apesar da crise e do discurso de austeridade, mais de R$ 20 milhões foram gastos só em 2017 com os cartões de crédito que também possibilitam a realização de saques em dinheiro. Em 2016, os gastos superaram o valor de R$ 52 milhões.
No topo
A Presidência da República aparece no topo do ranking de gastos com cartões corporativos, com R$ 5,6 milhões.
Do seu, do nosso
Desse montante, mais de R$ 2 milhões estão “protegidos sob sigilo, nos termos da legislação, para garantia da segurança da sociedade e do Estado”.
Inteligência
Os gastos – com cartões corporativos – da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) está próximo a R$ 3 milhões em 2017. Também protegidos “sob sigilo...”
Desatualizados
Os registros de uso do cartão corporativos referentes a junho ainda não foram atualizados no Portal da Transparência.
Agrovoto$
Na corrida para escapar da guilhotina, o presidente Michel Temer acena com benesses para a bancada de maior força do Congresso, composta por parlamentares da Frente da Agropecuária (FPA). Na lavoura de afagos, está em análise a assinatura de um decreto de ‘descontingenciamento’ de recursos - cerca de R$ 310 milhões - do seguro rural.
Peregrinação
O deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR) segue a peregrinação pelo País defendendo a necessidade de “urgência” da aprovação da reforma tributária, da qual é relator na Câmara. Ele já foi secretário de Fazenda do Paraná.
Caótico e ineficiente
Nos últimos dias, Hauly repetiu em palestras no Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas que o sistema tributário atual “tira de quem tem menos, aumenta a pobreza e concentra a riqueza”. Esta será a próxima reforma do Governo.
Currículo
Todos o conhecem como soldado de Eduardo Cunha ou Michel Temer. Mas o agora deputado Carlos Marun (PMDB-MS) já foi dos mais premiados secretários de Habitação do País, na gestão no Estado natal. De lá até hoje, só tratorando adversários.
Olho em casa
O Ministério Público está de olho no programa Minha Casa Minha Vida, gerenciado pelo ministro das Cidades, Bruno Araújo. O mutirão apura irregularidades que vão de exclusões indevidas de potenciais beneficiários na etapa de seleção e problemas de ocupação indevida – até por bandidos – dos imóveis prontos.
Ordem de inspeção
Em decisão recente, o MPF determinou que a Caixa, a prefeitura de Irecê (BA) e o Conselho de Habitação local analisem a documentação dos beneficiários do programa e inspecionem todos os imóveis de um dos loteamentos do Minha Casa Minha Vida.
Expectativa
A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) apresenta, na próxima semana, estudo sobre o desempenho das economias dos países da região. Pode não acreditar, mas o Brasil não está tão mal. Já foi pior.
Tabajara
Em entrevista à rádio Tabajara da Paraíba, a ex-presidente Dilma Rousseff defendeu a aprovação da Lei de Abuso de Autoridade: “É muito bem-vinda”.
Ponto Final
Circula nas redes: “cuidado, brasileiro, com o Indulto de Recesso Parlamentar. Há 513 deputados e 81 senadores à solta pelas ruas”.
Coluna de Leandro Mazzini