Rio - O filme "Bingo - O Rei das Manhãs", do diretor Daniel Rezende, foi escolhido, nesta sexta-feira, para ser o representante do Brasil na disputa pelo Oscar na categoria de melhor produção estrangeira. A entrega do prêmio será feita no dia 4 de março.
A produção, que conta a história de Arlindo Barreto, ex-intérprete do palhaço Bozo, disputava com outros 22 filmes. O próximo passo é ser avaliado pela comissão da Academia até janeiro, quando serão anunciados os finalistas da premiação.
O filme, protagonizado por Vladimir Brichta, já havia sido escolhido pela Ancine como candidato do Brasil a uma vaga de filme estrangeiro no Goya, considerado o Oscar espanhol.
'Superou expectativas'
Mais de 200 membros da comissão formada por profissionais da área cinematográfica ajudaram na tomada de decisão.
Jorge Peregrino, vice-presidente da academia, avalia que a safra de filmes apresentados este ano mostrou muita qualidade, mas Bingo superou expectativas. O drama aborda a vida de Arlindo Barreto, um dos intérpretes do palhaço Bozo na televisão brasileira na década de 80. Apesar da fama, ele não era reconhecido pelo público na rua, o que o levou à frustração e envolvimento com drogas.
O cineasta e produtor João Daniel Tikhomiroff, membro da comissão, disse que foram levados em conta quesitos como universalidade, linguagem cinematográfica e compreensão internacional. “Bingo preenche todos os quesitos”, declarou. “Além de ser extremamente bem estruturado, com roteiro, elenco e edição, é muito bem-feito. Nos deixou bastante impactados e este é o primeiro critério que focamos”, avalia.
Segundo ele, a escolha demorou mais que o esperado, já que a comissão era formada por membros com opiniões divergentes. “Foi difícil escolher, tinha obras muito relevantes. Teríamos pelo menos três ou quatro filmes que poderiam representar o Brasil”, revelou.
O cineasta Miguel Faria Júnior, também membro da comissão, disse que não focou no público dos Estados Unidos, onde será disputado o Oscar. “Quis escolher o filme mais importante, o melhor produzido no Brasil este ano. Normalmente, o que faz sucesso fora do Brasil são os mais provincianos, não são filmes com capa de marketing”, disse.
Com informações da Agência Brasil.