Por thiago.antunes

Bahia - Após tentar ganhar quase o dobro do teto constitucional, que é R$ 33,7 mil, Luislinda Valois (PSDB-BA), desistiu do pedido que fez ao governo para ganhar o salário integral do cargo, o que elevaria seus vencimentos mensais para R$ 61,4 mil, já que ela também recebe como desembargadora aposentada do Tribunal de Justiça da Bahia.

A ministra comunicou a desistência por meio de nota depois da repercussão negativa após entrevista dada à Coluna do Estadão - que revelou o caso -, na qual ela justificou o pedido de acúmulo de vencimentos porque o cargo que ocupa impõe gastos extras como se "vestir com dignidade" e "usar maquiagem".

A secretária especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial%2C Luislinda Valois e o ministro da Justiça e Cidadania%2C Alexandre de MoraesWilson Dias / ABR

Apesar de comparar seu contracheque de R$ 33,7 mil mensais à situação de trabalho escravo, a ministra dos Direitos Humanos, tem uma série de direitos devido ao cargo que ocupa, como carro com motorista, jatinho da Força Aérea Brasileira (FAB), cartão corporativo e imóvel funcional. Além desses benefícios, Luislinda também ganha diárias do governo federal. Só neste ano ela recebeu R$ 45,098 mil. No ano passado, a ministra recebeu R$ 26.135 de julho, quando assumiu, a dezembro em diárias. Em junho deste ano, além do salário de desembargadora aposentada no Tribunal de Justiça da Bahia, Luislinda recebeu ainda R$ 15 mil a mais relacionados a uma vantagem paga a servidores daquele estado.

Luislinda disse que não se arrepende de ter comparado seu caso ao trabalho escravo na petição encaminhada ao governo para receber o salário integral de ministro. "Todo mundo sabe que quem trabalha sem receber é escravo", diz.

"Considerando o documento sobre a situação remuneratória da ministra Luislinda Valois, o ministério informa que já foi formulado um requerimento de desistência e arquivamento da solicitação", diz a nota divulgada pelo Ministério dos Direitos Humanos.

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