Por thiago.antunes

Brasília - Alegando ausência de provas, o Tribunal de Contas da União (TCU) arquivou um processo administrativo aberto em 2015 para investigar suspeitas de tráfico de influência e acesso a informação privilegiada dentro da própria corte. Os alvos eram o presidente do TCU, ministro Raimundo Carreiro, e o também ministro Aroldo Cedraz, e o advogado Tiago Cedraz, filho deste.

A suspeita, originada na delação do ex-presidente da empreiteira UTC, Ricardo Pessoa, era que os três fariam parte de um esquema de corrupção que favoreceria a UTC em um processo relacionado às obras da usina de Angra 3 no tribunal de contas.

Sede do Tribunal de Contas da União (TCU)Divulgação

A proposta de arquivamento foi feita pelo relator, ministro José Múcio Monteiro, e não teve votos contrários no plenário do TCU nesta quarta-feira. O relator afirmou que, de acordo com as conclusões de uma comissão de sindicância que analisou internamente o caso, há "ausência de provas e de confirmação dos supostos atos irregulares que motivaram sua instauração".

O TCU não descartou a possibilidade de que as investigações sejam reabertas na possibilidade de surgirem informações sobre fatos novos.

Para além da investigação interna, há também um inquérito criminal tramitando sobre o tema no Supremo Tribunal Federal, e um relatório da PF no mês de julho apontou indícios de autoria de crime por parte dos investigados. No entanto, um mês depois, a PF reconheceu que houve um erro na análise de parte das informações do inquérito, relacionadas a chamadas telefônicas, e que as conclusões da PF sobre a investigação poderiam mudar. No Supremo, também são alvos da investigação os senadores Romero Jucá (PMDB-RR) e Edison Lobão (PMDB-MA).

Além do arquivamento, o TCU decidiu retirar o sigilo dos autos e encaminhar cópias para o ministro Edson Fachin, relator do inquérito sobre o tema no Supremo Tribunal Federal, bem como para a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, e para a delegada da Polícia Federal Graziela Machado, responsável pela condução do inquérito que corre no STF. Além deles, será enviada cópia ao deputado federal Arnaldo Jordy (PPS-PA). 

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