São Paulo - O velório dos corpos de seis das 10 vítimas do ataque na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano, na Grande São Paulo, acontece desde às 7h desta quinta-feira na Arena Suzano, no Parque Max Feffer. O espaço está lotado de parentes, amigos e moradores da região, que se solidarizam com o massacre que chocou o país e teve repercussão mundial. A cerimônia é um dos assuntos mais comentados nas redes sociais.
Estão sendo velados na Arena Caio Oliveira, 15 anos; Kaio Lucas da Costa Limeira, 17 anos; Samuel Melquíades Silva de Oliveira, 16 anos; Claiton Antonio Ribeiro, 17 anos; Eliana Regina de Oliveira Xavier, 38 anos; e Marilena Ferreira Vieira Umezo, 59 anos. Uma missa ecumênica acontecerá às 14h.
A arena está aberta ao público em geral e familiares das vítimas estão em uma área reservada, separada por uma grade. O prefeito de Suzano, Rodrigo Ashiuchi, compareceu na cerimônia, assim como o ministro da Educação, Ricardo Vélez. O enterro das vítimas veladas na Arena Suzano está previsto para às 17h no Cemitério São Sebastião.
O corpo da coordenadora pedagógica Marilena Umezo será sepultado apenas no sábado, pois um dos filhos virá do exterior. Já o velório de Douglas Murilo Celestino, 16 anos, começou por volta de 1h em uma igreja evangélica em Suzano. O corpo do empresário Jorge Antonio de Moraes, tio de um dos autores do massacre, é velado no Cemitério Colina dos Ypês, em Suzano, onde será sepultado.
Atiradores serão enterrados por último
Os autores do massacre não terão velório e serão enterrados em horário diferente do das as vítimas.
Um deles será enterrado no Cemitério São João Batista, conhecido como cemitério do Raffo. O outro, no cemitério São Sebastião. Os sepultamentos estavam previstos para às 12h30.
Como foi o massacre
Por volta de 9h15, um dos atiradores entrou na loja de carros seminovos de um tio, Jorge Antônio Moraes. Ele disparou três vezes contra seu tio, que o teria repreendido por ter abandonado os estudos. Foi a primeira morte do dia. O rapaz embarcou em um carro, alugado pouco antes, onde estava o segundo atirador. Os dois seguiram para a escola, que fica a 350 metros da loja. Alertada, a polícia foi atrás do carro, um Ônix branco. Quando o localizou, na porta da escola, o tiroteio no interior do prédio já estava em curso.
A câmera no pátio da escola mostra que um dos criminosos, após sacar o revólver, atinge estudantes e funcionários e depois segue em direção a uma das salas da escola, onde havia cerca de 400 alunos. Em seguida, o outro entra e se arma com uma besta (uma arma que dispara flechas) e uma machadinha, com a qual atinge as pessoas já caídas no chão, antes de seguir o amigo.
Os dois rapazes tinham se preparado para a ação, pesquisando massacres semelhantes em escolas no Brasil e, principalmente, nos Estados Unidos. Nas mochilas que levavam, havia ainda três coquetéis molotov e um arco e flecha comum.
Cinco alunos e dois funcionários foram mortos em menos de dez minutos. Quando os assassinos avistaram policiais que tinham entrado na escola, o mais jovem puxou o amigo para um corredor, atirou na cabeça dele e, em seguida, se suicidou.