Por Fernando Mansur

Rio - Somos tocadores de palavras. Ela é nosso instrumento. Temos que praticar toda hora, para manter nosso trato com o instrumento em dia. Quando estamos desafinados, a palavra pede pra se calar e é melhor ficarmos em silêncio, aquele restaurador que toda profissão solicita eventualmente. E assim, nos bailes da vida, vamos tocando nosso instrumento, com a vaga pretensão de tocar pessoas que possam se afinar com a música de nossas palavras, às vezes duras, ásperas, às vezes sutis e reais.

Não é fácil ser um tocador de palavras. Às vezes fazemos um solo; noutras, um duo ou trio, mas bonito é quando a nossa nota chave consegue tocar muita gente e a orquestra se agiganta. Aí, o poder do som é ainda mais transformador e arrasta multidões para um enorme coral. Para que existem tocadores de palavras? Poetas, escritores, jornalistas, atores, professores, psicólogos, sacerdotes...Terra à vista! Gritou o tocador desbravador.

No princípio era o Verbo, pronunciado pelo Absoluto Tocador. E a vida se fez e aqui estamos nós, cada um com seu instrumento, tocando sua corda de acordar, de despertar, de sonhar, pois o tocador também pode inventar. O que você tem feito com seu instrumento? Está guardado ou sendo usado? Precisa ser restaurado, afinado e voltar a ser praticado? O mundo precisa de boas palavras e silêncios restauradores. Vamos!

 

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