Por O Dia

Muito temos aprendido sobre a misericórdia de Deus durante este período da Quaresma — tempo de conversão. O Evangelho deste domingo nos apresenta o episódio da mulher adúltera, mais uma vez ressaltando o tema da misericórdia de Deus, que nunca deseja a morte do pecador, mas que se converta e viva.

Na narrativa, Jesus está ensinando a multidão quando chegam alguns escribas e fariseus que arrastam diante dele uma mulher surpreendida em adultério. Assim, aquela mulher se encontra no meio entre Jesus e a multidão, entre a misericórdia do Filho de Deus e a violência dos seus acusadores.

Na realidade, eles não foram ao encontro do Mestre para lhe pedir conselhos — eram pessoas maldosas — mas para lhe armar uma cilada. De fato, se Jesus seguir a rigidez da lei, aprovando a lapidação da mulher, perderá a sua fama de mansidão e de bondade que tanto fascina o povo; ao contrário, se quiser ser misericordioso, terá que ir contra a lei, que Ele mesmo disse que não queria abolir mas cumprir. E Jesus é posto nesta situação.

Desta forma, Jesus convida todos à calma, a não agir por impulso, e a procurar a justiça de Deus. Mas eles, os maus, insistem e esperam d'Ele uma resposta. Então Jesus levanta o olhar e diz: "Aquele que dentre vós estiver sem pecado atire a pedra contra ela". os acusadores vão embora um depois do outro, de cabeça baixa, começando pelos mais idosos, mais cientes de não estarem sem pecado.

Como nos faz bem estar cientes de que também nós somos pecadores! Quando falamos mal dos outros — e isto sempre acontece — como nos fará bem ter a coragem de deixar cair no chão as pedras que temos para atirar contra os outros, e pensar um pouco nos nossos pecados!

Aquela mulher representa todos nós, que somos pecadores, ou seja, adúlteros diante

de Deus, traidores da sua fidelidade. E a sua experiência representa a vontade de Deus por cada um de nós: não a nossa condenação, mas a nossa salvação através de Jesus.

Padre Omar: é o Reitor do Santuário do Cristo Redentor do Corcovado. Faça perguntas ao Padre Omar pelo e-mail padreomar@padreomar.com. Acesse também www.padreomar.com e www. facebook.com/padreomarraposo

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