'Assédio' mostra a força da dramaturgia brasileira

Não existe, pelo menos até aqui, nenhuma manifestação da Globo se 'Assédio', depois do streaming, terá ou não exibição na TV aberta; no entanto, considerando as qualidades apresentadas, é um trabalho que merece ser visto por todos. Escrita por Maria Camargo, baseada no livro 'A clínica A Farsa e os Crimes de Roger Abdelmassih', de Vicente Vilardaga, a série se desenvolve, segundo acontecimentos reais e bastante conhecidos, a partir do momento em que uma mulher decide romper o silêncio e tornar públicas perversas intimidades até então restritas a um consultório.

Não tem como ser econômico ao desempenho dos seus atores, ao elenco em sua totalidade, a começar por Antonio Calloni no papel do médico Roger Salada, a Adriana Esteves ou a Mariana Lima e Paolla Oliveira, as suas primeira e segunda esposas. Mas também é impossível não reconhecer a impecável direção de Amora Mautner, no conjunto dos 10 capítulos, que diante de um tema tão pesado, soube ser precisa na fotografia, luz, música e marcação de cenas.

Poucas vezes a televisão, na parte que toca à dramaturgia, foi tão feliz em retratar um fato real, por mais denso e de tão triste memória como este.

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