Não é só Lula (PT) que, mesmo preso, quer ser candidato. Lembra-se de Miga, o presidente da Câmara de Japeri que, junto com o prefeito, foi preso em julho sob acusação de envolvimento com o tráfico? Pois é, o vereador do PP foi inscrito por seu partido no site do Tribunal Superior Eleitoral para disputar a eleição para deputado estadual. Batizado Wesley George de Oliveira, Miga chegou a ficar três dias foragido e teve recompensa divulgada pelo Disque-Denúncia.
O primeiro na TV
Sobre o debate da Band ao governo do Rio, algumas observações sobre a postura dos candidatos.
Romário (Podemos)
Seu gol foi lembrar à adversária Marcia Tiburi que há, sim, um candidato negro: ele. Em sua estreia em debates, deixou o nervosismo transparecer ao falar sobre temas que não domina. Foi envolvido por Eduardo Paes em pergunta sobre a dívida ativa do estado e mostrou as travas da chuteira dizendo que não entende de economia mas que "tem moral" para tomar as medidas necessárias. Poupado pelos demais, foi discreto, o que não é de todo ruim para quem lidera as pesquisas.
Eduardo Paes (DEM)
Tentou transmitir autoconfiança e insistiu que a experiência na prefeitura o credencia para o governo. Atrás de Romário nas pesquisas, voltou a mira para o ex-jogador e explorou o pouco conhecimento do adversário sobre economia. "O momento não é para amadores", disse. Tentou se desvincular de Cabral e Pezão, criticando a "roubalheira" e dizendo que fará um governo "bem diferente desse que tá aí".
Anthony Garotinho (PRP)
Ultra-agressivo nas críticas a Paes. Por meio de pedidos de direito de resposta, protagonizou o momento agudo do debate com o ex-prefeito do Rio. Mais experiente dos debatedores, o ex-governador soube explorar bem marcas de sua gestão, como os restaurantes populares.
Indio da Costa (PSD)
Único que concorreu à prefeitura em 2016, exibiu segurança. Para atacar Paes, chegou a fazer dobrada com Garotinho, de quem também é crítico voraz. Além da relação com Cabral, a dupla abordou a suposta falta de dinheiro com a qual o ex-prefeito teria deixado os cofres do Rio.
Marcia Tiburi (PT)
Inteligente e... perdida. A filósofa gaúcha foi escolhida às pressas para substituir Celso Amorim e mostrou que pouco entende de Rio de Janeiro. Numa linguagem típica de São Paulo, onde mora, usou "periferia" para se referir ao subúrbio e à Baixada. Preocupou-se menos em apresentar propostas e mais em sublinhar bandeiras nacionais do PT, como o direito de Lula se candidatar.
Tarcísio Motta (Psol)
Surpresa no debate de 2014, manteve a usual contundência e oratória. Criticou Paes e Garotinho. Repetiu o discurso contra a "máfia da velha política".
Pedro Fernandes (PDT)
Dos estreantes, o que se saiu melhor. Nervoso no começo, suas falas soavam decoradas. Reforçou o histórico de seu partido com a Educação e acertou ao dizer que buscará diálogo com o futuro presidente da República. A promessa de construir 500 escolas, porém, virou piada entre os demais candidatos.
Wilson Witzel (PSC)
Tem algumas propostas, mas lhe falta tempero. Desconhecido do grande público, precisa arriscar mais.