Ricardinho acordou ontem com uma sensação estranha. Após mais de 30 anos dedicados ao vôlei, o campeão olímpico viveu seu primeiro dia oficialmente como ex-jogador, após ter anunciado sua aposentadoria na quarta-feira, em Maringá (PR). Ele encerrou uma carreira vitoriosa, que inclui, entre outros títulos, dois Mundiais, seis Ligas Mundiais e também uma prata olímpica. Aos 42 anos, seguirá como presidente do Copel Telecom Maringá Vôlei e também estará à frente do Núcleo Vôlei Ricardinho.
"A sensação é muito estranha. Estava no ginásio agora e postei a chegada, o vestiário, o armário. Achei que fosse mais fácil. A decisão já estava tomada há um bom tempo, mas só mesmo passando pela sensação para saber como é. O vôlei faz parte da minha vida. O dever está cumprido, mas não passarei mais por aquela situação que só eu conheço, de dar um toque na bola e pensar nas jogadas", conta Ricardinho.
Ele deixa claro que seu cargo é o de presidente do clube, mas quer acompanhar de perto o trabalho dos levantadores da equipe e defende treinadores para essa posição, para lapidar os talentos: "Quando o técnico der um treino específico para levantador, quero estar presente, dando uns toques." Ele conta que a aposentadoria da forma como aconteceu agora, dirigindo uma equipe, foi bem planejada, há muitos anos. "Temos a ambição de que a equipe cresça e permaneça na Superliga A", diz.
E, para quem pensa que a questão física pesou na sua decisão, Ricardinho avisa: "Estou voando, não parei de malhar, tenho acompanhamento profissional. Eu poderia aguentar mais duas temporadas, mas tem horas que temos que abrir mão de alguma coisa por outro grande propósito."