Coca-cola leva água potável à comunidades pelo projeto Saúde & Alegria, além de investir na reciclagem - Divulgação / Chico Ferreira
Coca-cola leva água potável à comunidades pelo projeto Saúde & Alegria, além de investir na reciclagemDivulgação / Chico Ferreira
Por *Luana Dandara

Rio - Uma tendência mundial e que cativa cada vez mais os consumidores. A responsabilidade socioambiental já interfere hoje na escolha de um terço dos clientes de grandes empresas, de acordo com um estudo da consultoria Europanel realizado no Brasil e em outros quatro países. Para os brasileiros, 85% afirmam que se sentem melhor quando compram produtos fabricados de forma sustentável. E empresas nacionais estão cada vez mais aprendendo essa lição com incentivos em ações para o meio ambiente e peças com garantia de sustentabilidade.

A empresa L'Oréal Brasil, por exemplo, conquistou no ano passado a redução de 71% de emissão de gás carbônico nas fábricas e centros de distribuição, além de melhorar o perfil social/ambiental de 68% dos produtos. Também no ramo de cosméticos, a marca Lola, famosa entre os jovens, tem o selo 100% vegano e não usa nenhum ingrediente animal, assim como a The Body Shop, que promove a campanha 'Para Sempre Contra testes em Animais'. A iniciativa consiste em um abaixo assinado, que será submetido à ONU ainda este ano, para banir, até 2020, testes em animais com finalidade cosmética em todo o mundo. A petição pode ser assinada no www.thebodyshop.com.br.

A Natura criou este ano seu primeiro projeto de compensação de carbono dentro da cadeia produtiva, que remunera as comunidades pela conservação ambiental, com o objetivo de combater o desmatamento na Amazônia.

Para o gerente de água da The Nature Conservancy (TNC) Brasil, Samuel Barreto, os governos e o próprio cidadão também têm papel essencial na responsabilidade socioambiental. "É dever dos governos fomentar políticas públicas nesse sentido, e o consumidor ser consciente sobre suas escolhas. Não podemos perpetuar um modelo de negócio que continue esgotando os recursos naturais".

No setor de moda, a C&A, maior rede de lojas de departamento do Brasil, se comprometeu globalmente, até 2020, a ter 67% de todas as suas matérias-primas advindas de fontes mais sustentáveis. Em 2017, a empresa reduziu sua pegada de carbono em 15%, e sua pegada de água também diminuiu em 14%. No instituto da marca, voluntários participam de ações sustentáveis, como plantio em comunidades. Já a gigante Coca-Cola tem investido cada vez mais na reciclagem das embalagens e na redução do desperdício de água. Com o projeto Saúde e Alegria, a marca também leva água tratada a comunidades remotas da Amazônia.

O diretor de campanhas do Greenpeace, Nilo D'avila, reforça que a transparência das empresas é essencial. "Assim podemos diferenciar o que é compromisso e o que é apenas marketing verde. A ação influencia efetivamente no seio do negócio". 

Compensação é desafio

Um dos desafios das empresas em relação ao meio ambiente é o mecanismo de compensação ambiental.

Uma pesquisa recente da The Nature Conservancy mostra que embora o valor arrecadado pelo mecanismo, que cobra dos responsáveis pelos projetos uma quantia relacionada aos impactos que serão causados ao ecossistema pela obra, esteja na casa de R$ 1,8 bilhão, ainda faltam recursos para manter as unidades de conservação ambiental, as quais essas quantias são destinadas. 

 

*Reportagem da estagiária sob supervisão de Angélica Fernandes 

 

Você pode gostar
Comentários