Os dez lixões, alvos de fechamento, estão na Região Serrana, Costa Verde, Norte e Sul Fluminense - Wilson Dias/Agência Brasil
Os dez lixões, alvos de fechamento, estão na Região Serrana, Costa Verde, Norte e Sul FluminenseWilson Dias/Agência Brasil
Por *Estagiário Gabriel Thomaz

Rio - Uma realidade do século retrasado. Capazes de afetar o solo, a água e consequentemente a saúde de pessoas que vivem em seu entorno, dez lixões localizados em Bom Jesus do Itabapoana, Cambuci, Italva, Itaperuna, Mangaratiba, Natividade, Porciúncula, Resende, São Fidélis e Teresópolis já têm data para acabar: 2020. A promessa de fechamento dessas instalações foi feita pelo presidente do Inea, Marcus de Almeida Lima, em audiência nesta semana, na Comissão de Defesa do Meio Ambiente, na Alerj.

"Não depende só do Inea. Tem lixão que a gente já interditou, mas a Justiça mandou abrir. Existem municípios que recorrem, mostrando que não têm outra alternativa de descarte e que precisam de tempo para licitar. Mas mesmo assim a gente tenta e pretende resolver a curto prazo", explicou Marcus de Almeida Lima.

De responsabilidade do município, a gestão inadequada do lixo é o principal motivo para o surgimento de lixões. "Já podíamos ter superado os lixões no Brasil há pelo menos cem anos se a destinação de resíduos sólidos fosse feita de maneira correta. Uma questão pouco colocada é que, para a recuperação dessas áreas, é necessário alto investimento financeiro", esclareceu Jorge Peron, gerente de Sustentabilidade da Firjan.

LIXÃO X ATERRO

Segundo especialistas, a principal diferença entre um lixão e um aterro controlado é a drenagem de chorume e o tratamento dos resíduos.

"O chorume é um líquido proveniente da decomposição que precisa ser coletado pela sua alta capacidade de contaminação. O solo do local onde o lixo foi depositado é infectado por esse fluido. Outro prejuízo para pessoas que vivem próximas a lixões é a capacidade que o chorume tem de contaminar a água e até os rios de determinada localidade", alertou Jorge Peron.

A comissão da Alerj vai criar um grupo de trabalho para que todos os representantes que estiveram na audiência tragam suas contribuições com objetivo de concretizar o fechamento dos lixões. Ao todo, 74 municípios do Rio cumprem com a Lei que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos, criada em 2010, e despejam os resíduos em aterros. Diariamente eles recebem 18 mil toneladas de lixo.

Lucro com a reciclagem
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Além de destinar o lixo para locais que façam tratamento adequado de resíduos, os municípios também podem se aproveitar do valor econômico da reciclagem de produtos. Para o integrante do Conselho de Meio Ambiente da Firjan, Paulo de Tarso Pimenta, as prefeituras podem se espelhar em catadores.
"O resíduo da construção civil, por exemplo, pode ser transformado em base para pavimentação de vias. Todo município tem esse problema de descarte, mas isso pode ser revertido em dinheiro. A gente precisa de segurança econômica e jurídica para viabilizar os projetos que existem", defendeu Pimenta.
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A coleta seletiva é outra opção de descarte consciente. No entanto, o diretor de Serviços Urbanos da Comlurb, Marco Antônio França, alertou que o serviço ainda não recebe o devido apoio da população. "O Rio conta com 160 bairros, desses, 113, são atendidos pelos caminhões de coleta seletiva da companhia, mas muitos voltam vazios", afirmou o diretor.
*Sob supervisão de Angélica Fernandes
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