A energia eólica representa 43% do mercado livre de energia - Divulgação
A energia eólica representa 43% do mercado livre de energiaDivulgação
Por Luana Dandara *

Rio - A preocupação com a poluição ambiental chegou à produção de energia. Seguindo tendência mundial, o investimento em energia limpa vem aumentado. E fontes como petróleo, carvão e gás vêm dando lugar à energia eólica, solar e hidráulica. Segundo estudo da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel), houve aumento de 13% na geração de energia alternativa no último ano.

O dado se refere ao Ambiente de Comercialização Livre (ACL), segmento onde se realizam as operações de compra e venda de energia elétrica. Para entrar nesse mercado, a demanda do consumidor tem de ser maior que 500 kW, o que engloba, geralmente, indústrias, comércios e grandes condomínios residenciais. A energia eólica representa 43% do mercado livre de energia, enquanto a biomassa chega a 67% e as Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs), 45%. Aproximadamente 39% do consumo do ACL vem de fontes renováveis.

"Isso mostra a importância do setor para a formação de uma matriz limpa de energia, que é mais barata e vantajosa", explica Reginaldo Medeiros, presidente da Abraceel. Para Reginaldo, se o mercado livre de energia fosse disponibilizado a toda população, os avanços em relação a sustentabilidade seriam muito maiores. "O consumidor precisa ter o direito de escolher de onde vai comprar energia", defende. Dados da ACL indicam que nos últimos 15 anos 5.544 agentes obtiveram uma economia média de 23%.

Em setembro, o Ministério de Minas e Energia autorizou a instalação de 25 usinas de energia limpa no país, já leiloadas: 14 solares, oito eólicas, duas hidrelétricas e uma termelétrica de biomassa de bagaço de cana. "Vão conferir maior robustez, segurança e preço justo na distribuição", afirmou o ministro Moreira Franco. Em junho, as fontes de energia limpa representaram 81,9% da capacidade instalada no Brasil e 87,8% da produção total verificada.

O BNDES anunciou R$ 2,2 bilhões para financiamento de empresas e pessoas físicas que queiram investir em energia renovável. Os consumidores vão poder financiar até 100% na compra de equipamentos de placas voltaicas e geradores a biogás, com prazo de pagamento de até 120 meses e carência de 24 meses.

Europa avança na questão

A geração de energia renovável deve superar a de carvão este ano na Europa. Segundo relatório encomendado pelo UBS Investment Bank, as energias renováveis já cobrem aproximadamente um quinto da geração bruta de energia.

A taxa de crescimento anual da capacidade de geração eólica e solar quase dobrou durante os últimos cinco anos e a de geração convencional começou a encolher por lá.

Do Reino Unido à Itália, os governos elaboraram planos para se livrar do carvão até meados da próxima década. A discussão sobre a desmobilização no que tange o uso do carvão acontece até na Alemanha, que ainda depende muito desse tipo de produto.

O objetivo da União Europeia é ampliar a parcela das modalidades renováveis para 32% da geração total de energia até 2030, mas essa meta pode ser ultrapassada e a participação chegar a 65%. Teoricamente, é possível gerar 100% energia limpa, mas os custos podem subir até 60%.

* Estagiária sob supervisão de Angélica Fernandes

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