Rio - Roberta Santiago, nossa convidada para o ensaio com inspiração no 'neo street style' (novo estilo vindo das ruas), que traz influências do hip hop, geek (nerd) e genderless (sem gênero), se encantou pelos looks. "Foi maravilhoso. Adorei as roupas com silhuetas mais amplas, com pegada mais esportiva e as transparências. Deu até vontade de sair dançando, coisa que adoro. Cheguei ao estúdio com carinha cansada. Pensei: 'será que vou conseguir ficar bela?' Mas os looks e a produção transformam, né? Sou atriz e não modelo, mas a roupa muda o estado de espírito", observa. "Não sou muito de acompanhar moda. Sou do que me cai bem. E bem eclética no estilo. Esse ensaio tem composições para mulheres de atitude. Com isso, me identifico", completa.
A 'carinha cansada' se deve à ótima fase que Roberta está vivendo: de muito trabalho. Além da Lena de 'Malhação - Viva a Diferença', Betinha, como é carinhosamente chamada, faz shows pelo Brasil com a banda Melanina Carioca. "Estou com a banda desde 2009, e fazemos shows sempre que possível. Atuar é minha grande paixão e essa personagem é especial. Já escutei que o personagem te escolhe. Este era para mim. Minha mãe sempre trabalhou muito e ficávamos com minha avó. E isso é um pouco o que os filhos da Nena passam. Ela precisa trabalhar para dar o básico. Além disso, ter uma família negra dentro de 'Malhação' é tão bacana. Temos que deixar mais colorida a TV. Viva a diferença", vibra, sobre a personagem batalhadora que perdeu o marido de forma trágica e precisa cuidar dos filhos sozinha. "Me perguntam se eu faria o mesmo que a Nena faz para sustentar os filhos. Claro! Não tem jeito. Olha nossa realidade, não é uma escolha, é sobrevivência. Me identifico com quem luta pelo que quer".
Aos 36 anos, a mineira de Juiz de Fora está acostumada a batalhar pelo que deseja desde cedo. Roberta entrou para o Nós do Morro aos 15 anos e permaneceu no grupo por mais 15. "Na verdade, entrar foi meio sem querer, fui levada por uma prima quando fui morar no Vidigal com essa idade. Era tímida. Mas ali me encontrei", lembra. "O grupo continua transformando vidas".
A atriz finaliza, emocionada, destacando a importância do ofício: "A arte ressignificou a minha vida. Me transformou em todos os sentidos. Quero ficar velhinha no palco".
