Por thiago.antunes

Rio - Regiane Alves está glamourosa por Marli. Pela primeira vez, a atriz adota cabelos curtíssimos, e a responsável pela mudança no visual é a sua personagem na série 'Cidade Proibida', que estreou esta semana na Globo. A atriz vive uma prostituta em plena década de 1950, uma das protagonistas da trama, ao lado de Vladimir Brichta, José Loreto e Ailton Graça. "O corte e a caracterização fazem a personagem chegar. Estou adorando! É um cabelo prático, do tipo 'lavou está pronto'. E esse look já é um cabelo da década de 70, o que já mostra que Marli é vanguarda", anuncia.

Regiane Alves diz que look de Marli é vanguardaPino Gomes / Divulgação

Empolgada com a série, que traz as aventuras do detetive particular Zózimo Barbosa (Vladimir Brichta), Regiane conta que sua personagem é apaixonada por ele, que se especializou em investigar casos extraconjugais.

"A Marli também o ajuda nas investigações. Vive no submundo, a 'cidade proibida'. E o submundo era o auge. Na série, colocam uma prostituta como heroína da história. Ela está à frente do seu tempo. É uma mulher bem resolvida, por dentro e por fora, no corte de cabelo, no figurino ousado", define.

Envolvida com o trabalho desde o ano passado, ela conta que a preparação foi diferente de todos os trabalhos anteriores, em 18 anos de emissora. "Fizemos muitas leituras com os autores e tivemos encontros preciosos. E eu tive um encontro com uma prostituta da época, Lourdes Barreto, que trabalhava em bordel, o que foi interessante para entender esse universo", lembra.

"É uma profissão como outra qualquer. Hoje, ela está com 72 anos, é uma sobrevivente, e já naquela época, lutava contra o preconceito. É impressionante fazer uma personagem que está à frente do tempo. Fico pensando quem seria essa mulher hoje, ela já era uma libertária", diz.

Marli (Regiane Alves) e Zózimo (Vladimir Brichta)Divulgação

Família

Em agosto do ano que vem, a paulista completa 40 anos: plena, em boa forma e mãe de dois meninos, João Gabriel, de 3 anos, e Antonio, de 2, do seu casamento com o cineasta João Gomez, filho caçula de Regina Duarte.

Aliás, a constante citação do parentesco com a eterna 'Namoradinha do Brasil' é motivo de orgulho para Regiane. "Estar na mesma família que ela é uma honra, que é um ícone, criativa e cheia de ideias. Não vejo como minha sogra, mãe do meu marido. Vejo como amiga, parceira", diz.

'Construí minha trajetória tijolinho por tijolinho'%2C conta RegianeDivulgação

E um trabalho juntas está nos planos? "Dias atrás, ela me convidou para ler um texto, porque abriu um espaço em São Paulo. Adoraríamos fazer algo juntas um dia. Ia ser incrível, já pensou, junto com Gabriela (Duarte) e o filho dirigindo? A família no palco", diverte-se.

Beleza

Apesar da falta de rotina, a atriz faz o que pode para se cuidar, mas com o foco no bem estar. "Sou marmiteira, e isso ajuda a comer melhor. Tenho uma pessoa que cozinha para mim há nove anos. Como gravando não temos muita rotina, é pela saúde mesmo. O resto é reflexo. Quando posso, faço pilates, massagem, academia", conta. "Me sinto bem. Estou fazendo trabalhos ótimos, a vida está boa. Ainda mais em um momento de crise como este no país", reflete. "Além disso, ser escalada para fazer uma prostituta perto dos 40, é incrível", diverte-se.

Fora dos padrões

Na carreira desde os 13 anos, ela não dá bola para a cobrança de padrões que circula no meio e na vida. "Construí minha trajetória tijolinho por tijolinho. Acho que isso dá uma tranquilidade. Sempre cobram que estejamos de um jeito ou de outro. Hoje na ficção, por exemplo, estou fazendo uma prostituta de cabelo curto, o que não é um padrão", explica.

"A beleza de cada mulher é descobrir o que tem de melhor. Não é só a aparência. Uma mulher inteligente também dá tesão. Tem que saber o que é bom para você, valorizar o que tem de melhor".

Bom momento

Movida a desafios, a atriz revela que anda mesmo satisfeita. "Estou com a vida bem melhor do que sonhei. É um momento especial. Fazer uma série tão bem realizada e ter produzido minha peça, 'Para Tão Longo Amor', ano passado (indicada ao premio Shell), foi libertador. Acho que os artistas têm que ir por esse caminho: o que você quer produzir, o que quer falar?", afirma. "Pretendo voltar com a peça, que fiz sem patrocínio, então espero conseguir incentivo agora", torce.

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