Por daniela.lima

Rio - ‘O Tempo e o Vento’, quarta adaptação cinematográfica da obra de Érico Verissimo, desta vez dirigida por Jayme Monjardim, mais parece uma versão para a TV, semelhante à minissérie exibida pela Globo em 1985. Aparentemente, o diretor caiu na armadilha da descrição excessiva, comum na TV, porém desnecessária no cinema. Algumas cenas do longa, de 130 minutos, se arrastam bastante, deixando o espectador impaciente. 

‘O Tempo e o Vento’%3A Um filme no ritmo da televisãoDivulgação


O filme começa com a centenária Bibiana Terra (Fernanda Montenegro) recebendo a visita de seu falecido marido, o capitão Rodrigo, interpretado por um ótimo Thiago Lacerda. Em cenas singelas, no quarto da matriarca, eles matam as saudades e relembram como se conheceram e ficaram juntos em meio às brigas das famílias Terra e Amaral no Rio Grande do Sul. Bibiana narra — em off — a trajetória da família Terra desde a geração de sua avó Ana Terra, vivida por Cleo Pires — em belíssima atuação no papel que já foi de sua mãe, Gloria Pires, na minissérie da TV Globo.

Marjorie Estiano é pouco aproveitada na pele de Bibiana Terra na juventude. A atriz tem poucas falas e mostra uma fragilidade que não condiz com sua coragem retratada por Verissimo. Faltou explorar mais a personalidade da personagem, que é tão importante para a história.

Apesar do ritmo televisivo, às vezes arrastado, ‘O Tempo e o Vento’ é um filme que faz o espectador suspirar com cenas inegavelmente belas e emocionantes. A direção de arte conseguiu recriar cidades gaúchas de forma crível. Merece aplausos.

Por fim, quem está acostumado — e se interessa — por séries de época poderá apreciar o longa de Monjardim, que pode até ser bom... mas para a TV.

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