Rio - Sophie Charlotte sabe guiar suas aspas. Qualquer sinal de desvio de assunto do profissional para o pessoal, a atriz de 24 anos toma as rédeas da situação e, doutrinada, retoma o caminho das pedras com classe.
Com essa distância, anda deixando para lá polêmicas com seu nome, como o fim do longo namoro com Malvino Salvador e o suposto caso com Marco Pigossi (negado por ambos). Sophie quer saber de trabalho. E tem dado duro para mostrar que pode sim ser mais do que um rostinho bonito no meio.
Na TV como a it girl Amora, protagonista de “Sangue Bom ”, da Globo, ela comemora o sucesso da personagem e opina sobre o final da sua história ao lado do público. Já no cinema, ela estreia seu primeiro longa, o brasileiro “Serra Pelada”, de Heitor Dhalia , no papel de uma prostituta que troca cenas pesadas com Juliano Cazarré , o Ninho de “Amor À Vida ”.
“É mais um presente que a vida me deu. É também um momento de transformação. Se eu procurasse uma astróloga provavelmente estaria lá no mapa astral: momento de transformação, ou momento de evolução e de muitas realizações, principalmente”, disse a atriz.
O espectador do filme, que entra em circuito nacional a partir de 18 de outubro, vai se impressionar com a entrega de Sophie. Em cenas de nudez e sexo, o resultado positivo foi conquistado com a preparação de Chico Accioly .
“O Juliano foi um gentleman durante o processo inteiro, um grande parceiro de cena desde o primeiro ensaio. Ele me ajudou demais para encontrar essa onça que é a Tereza (sua personagem) e eu o agradeço muito. Nós tivemos apenas uma semana de preparação, mas foi um mergulho muito vertical e eu já tinha o roteiro há alguns meses. Já tinha um fermentinho da personagem aqui dentro.”
Com o fim de “Sangue Bom”, Sophie só pensa em descansar e aproveitar a família. O cabelo, com corte chanel por conta da personagem, já não é aparado há dois meses, e a expectativa para o desfecho de Amora é mais do que positiva.
“Eu, como atriz que está tão envolvida nesse processo, claro que torço por uma redenção da Amora, porque eu acho tão bonito uma história de aprendizado. Eles criaram personagens muito humanos, que erram, que acertam, que erram mais e que estão em um momento de transição, de amadurecimento. Eu ainda não tenho ideia dos últimos capítulos, mas minha torcida é para ela terminar com o Bento (Marco Pigossi), claro. Como não? É o seu grande amor”, disse.
Na conversa, Sophie ainda comentou o que aprendeu com a Amora em termos profissionais: “Tiro várias lições em vários níveis. Claro que no dia a dia de uma novela você sempre tem muito para aprender sobre rotina de gravação, mas aprendi muito como pessoa, com assuntos como a redenção do Fabinho, a relação da celebridade Amora com a mídia… Mais do que aprendizados, é uma novela que levantou muitas questões. Às vezes com humor, às vezes com seriedade, mas ela colocou vários assuntos para reflexão”.
Sobre as críticas que Amora recebeu por não ter uma identidade de vilã ou mocinha definida, a atriz afirmou que isso é um movimento que vem acontecendo em vários trabalhos. “O caminho da dramaturgia tem sido direcionado cada vez mais para isso. Vejo por seriados (estrangeiros) e também nessa minha primeira experiência no cinema. Os personagem não tinham muito um lado definido. O que eles tinham era um objetivo definido, assim como a Amora. A ética, os valores, tudo gravitava em torno desses objetivos, que eram o amor pelo Bento e ser bem-sucedida. Tudo aconteceu para manter isso. Então, qualquer tipo de reação foi esperada e positiva”, completou.