Rio - “No jogo dramático e no canto, o artista também é o que são sua voz e o seu canto”. A frase é de bilhete endereçado pela atriz Fernanda Montenegro a Simone. Musicado pela ‘Cigarra’, o bilhete virou música, ‘A propósito’, que abre e fecha (como vinheta) o 41º disco de Simone, ‘É melhor ser’, nas lojas no início de novembro, em edição da gravadora Biscoito Fino, e com venda digital prevista para amanhã no iTunes.
SUINGUE NO HIT DE MARINA
Com produção assinada por Bia Paes Leme e Leandro Braga, o CD é calcado em composições de mulheres e, em algumas faixas, no piano — instrumento que pauta regravações de ‘Vida de artista’ (Sueli Costa e Abel Silva, 1978) e ‘Descaminhos’ (1979), primeiro sucesso de Joanna, revivido por Simone em clima intimista.
Primeiro hit autoral de Marina Lima, ‘Charme do mundo’ (1981) ganhou suingue à moda norte-americana. Já ‘Os medos’ (1994) evidencia o balanço nativo da obra de Joyce Moreno, parceira de Rodolfo Stroeter no tema.
Se ‘Mulher o suficiente’ (Alzira Espíndola e Vera Motta, 1995) tem atmosfera pop e a guitarra rock’n’roll de João Gaspar, ‘Só nos resta viver’ (Angela Ro Ro, 1980) é faixa de clima lento que contrasta com a alta velocidade rítmica de ‘Haicai’, música de Fátima Guedes. Inédita de Simone com Zélia Duncan, o bolero ‘Só se for’ expõe romantismo levado na cadência do samba em ‘Aquele plano para me esquecer’ (Adriana Calcanhotto, 2011). São as vozes femininas da cantora.