Por thiago.antunes

Rio -  As obras de arte são criadas com interação de quem as observa. É o que acredita Rafael Lozano-Hemmer, acostumado a rodar o mundo com suas instalações cinéticas, que exploram efeitos visuais por meio de movimentos físicos. A próxima parada do artista é na Casa Daros, onde, a partir de sexta-feira, às 19h, ‘Matriz de Voz’ vai transformar as vozes e barulhos feitos pelos visitantes em — acredite — luz.

“Ele adapta mecanismos tecnológicos em suas obras de arte”, explica Bia Jabor, gerente de arte da Casa Daros. “O Rafael é formado em física e química e, com certeza, isso influenciou muito suas criações”, completa ela, sobre o mexicano de 46 anos, radicado no Canadá. Em uma sala escura, o visitante é convidado a gravar uma mensagem de voz em um interfone. O som gera frequências convertidas em flashes verticais de luz, que se espalham ao longo das paredes do local. “A obra consegue acumular até 200 frases que vão se misturar, mudando a cada interação”, acrescenta Bia. 

‘Matriz de Voz’%2C de Rafael Lozano-Hemmer%2C na Casa Daros a partir de sextaDivulgação

Lozano-Hemmer não é o único a se aventurar pelo campo cinético pelos salões da Daros. A mostra ‘Le Parc Lumière’, de Julio Le Parc, um dos pioneiros desse conceito, é o grande destaque em cartaz no local, com 30 instalações luminosas. “Os artistas dos anos 60, como o Julio, têm preocupações parecidas com artistas contemporâneos como o Rafael. Eles entendem que as obras estão em um eterno desenvolvimento e mutação”, compara Bia. “Para falar sobre isso, misturam tecnologia e arte”, define.

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