Axl Rose, prestes a vir ao Rio, inspira livro de estreia de Roberto Pinel
O sonho do escritor carioca é ver seu livro de estreia, o romance infanto-juvenil ‘Cidade Paraíso - Uma História de Ópera, Fotos e Rock’n roll’ transformado em filme
Por daniela.lima
Rio - O sonho do escritor carioca Roberto Pinel, 38, é ver seu livro de estreia, o romance infanto-juvenil ‘Cidade Paraíso — Uma História de Ópera, Fotos e Rock’n roll’ (Editora Multifoco, 262 págs., R$ 29,90), transformado em filme. E com as participações de duas figuras cruciais para a história contada no livro. Uma delas é o cantor britânico de ópera Paul Potts, revelado em 2007 pelo programa de calouros ‘Britain’s Got Talent’. O outro é ninguém menos que o vocalista da banda de rock Guns N’ Roses, Axl Rose.
“Queria que os dois aparecessem de alguma forma no filme. Falei com a empresária do Paul Potts e ela achou o máximo. Ninguém pode me impedir de correr atrás, né?”, conta, animado. E com o temperamental Axl, será que o sonho maluco vira realidade? Olha que pode até ser: Pinel conseguiu o contato do advogado do cantor.
“Achei na internet o processo do Axl contra a Activision (que produz o game ‘Guitar Hero’) e lá tinha um e-mail. Fiz contato e em 45 minutos me passaram para o Peter Katsis, empresário dele”, conta. O problema é que, no meio das conversas com Katsis, Axl o despediu e contratou a brasileira Bela Lebeis para o cargo. “Já fiz contato com ela pelo Facebook e aguardo a resposta”, conta ele, animado com a notícia de que a banda se prepara para uma tour pela América Latina, com show no Rio em 20 de março.
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‘Cidade Paraíso’ relata a história dos adolescentes Café e Diguinho, moradores de uma comunidade pacificada, que dá título ao livro. A trilha sonora passa longe do samba ou do funk. Café torna-se fã de ópera ao ver no YouTube o vídeo da apresentação de Potts no ‘Britain’s Got Talent’. E sonha em participar de um concurso de talentos nos Estados Unidos. Diguinho só quer saber de Guns N’ Roses e quer ter uma guitarra, para montar uma banda cover do grupo. “Na favela, tem gente que gosta de ópera, de rock, não só de samba ou funk.Pus o Guns porque era minha banda preferida na adolescência”, diz Pinel.
Em busca de dinheiro para os dois sonhos, a dupla decide fotografar festas de casamento. Metem-se em várias confusões até o final. “A ideia foi trazer uma mensagem positiva. Explorei também o fato de as favelas terem passado pelo processo de pacificação”, conta. Advogado e dentista por formação (“brinco que sou adventista, uma mistura dos dois”, diz, rindo), ele trabalha num órgão federal e teve a ideia de escrever o livro — que começou mesmo como um roteiro de filme — após comprar uma guitarra.
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“Resolvi aprender sozinho em casa. Para treinar, a primeira coisa que ouvi foi o Guns”, relembra. ‘Nessun Dorma’, da ópera ‘Turandot’, de Giacomo Puccini — cantada no programa de calouros por Potts — também o inspirou. “Ela foi tocada no meu casamento!”.
Além de Axl Rose, o ex-guitarrista da banda, Slash, surge em ‘Cidade Paraíso’ num sonho do personagem Diguinho e em outras cenas.
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“Eu tentei armar tudo de forma que não soasse como caricatura. É meio esquisito isso, de os personagens interagirem com gente que existe de verdade, né?”, indaga, rindo. “Sempre que leio livros feitos para adolescentes ou jovens, os personagens são figuras fantásticas, bruxos, uma coisa meio medieval. Isso nunca me atraiu. Quis criar uma história daqui, com personagens daqui”.
Pinel já assistiu ao Guns N’ Roses três vezes, em três edições do Rock in Rio (1991, 2001 e 2011). “De dez em dez anos, encontro com eles”, brinca. “Vi também o Gilby Clarke, ex-guitarrista, no Circo Voador. Quando o baterista dele jogou a baqueta para a plateia, consegui pegar”. Pode ser que ‘Cidade Paraíso’ demore para virar filme. Mas já tem gente querendo levá-lo para o teatro. “Uma amiga minha está a fim e disse que vai conversar com umas pessoas”.