Por daniela.lima

Rio - O pagode dos anos 90 — e o do começo da década passada — está de volta. Péricles gravou músicas da época no DVD ‘Nos Arcos da Lapa’. Os Morenos comemoram 20 anos. Os cantores Chrigor, Salgadinho e Marcio Art — que fizeram sucesso à frente, respectivamente, do Exaltasamba, Katinguelê e do Art Popular — montaram o grupo Amigos do Pagode 90. E Rodriguinho, mesmo ocupado com sua carreira solo, retorna para celebrar duas décadas com os Travessos. O cantor e o grupo preparam em estúdio um disco novo. Em agosto, tem turnê comemorativa, que deve gerar um DVD, a ser gravado em setembro. 

Rodriguinho anuncia volta aos Travessos e grupo prepara turnê%2C DVD e CD de inéditas para breve Divulgação


“Os Travessos tinham um público infantil muito grande, que não podia comparecer aos shows naquela época. Agora, essa galera vai poder curtir”, alegra-se Rodriguinho. O grupo, após sua saída, passou a trazer Filipe Duarte, ex-integrante da boy band Br’Oz, à frente. “A gente vai dividir o palco. Vai ser uma honra e um prazer para mim”, diz Filipe. Rodriguinho afirma que deixou o grupo sem que houvesse traumas para ambas as partes. “Depois que eu saí, continuamos mantendo contato. Sempre fomos muito amigos, mesmo que a gente nem tenha tempo de se ver muito”.

O CD que o grupo está gravando deve seguir a tendência do mercado e ter apenas seis músicas. O repertório do DVD ainda está sendo escolhido, mas vai ser quase impossível fugir dos grandes sucessos que Os Travessos tiveram nos anos 90 — como ‘Tô Te Filmando’ e ‘Quando a Gente Ama’.

“Acredito que o público sinta falta da quantidade de bandas de pagode em evidência que havia naquela época. O espaço na mídia para a música era maior e acho que diminuiu com a queda das gravadoras. O espaço está aumentando de novo, agora”, diz o percussionista Chorão. Ele, por sinal, começou a fazer sucesso quase ao mesmo tempo que seu xará vocalista do Charlie Brown Jr., morto no ano passado. “Nunca rolou nenhuma confusão com fãs e imprensa, pois nossos públicos são bem diferentes. Mas quando o Chorão morreu, tinha uma galera na porta de casa querendo saber se tinha acontecido alguma coisa comigo”.

Formado em 1993 na Zona Leste de São Paulo, os Travessos — cujos integrantes vieram dos grupos infanto-juvenis Toca do Coelho e Muleke Travesso — hoje têm, além de Chorão, Rodriguinho e Filipe, o baixista Edi e o percussionista Rodrigão. Um golpe para a banda foi a perda do tecladista Fabinho Mello, morto em 2007, dois anos após deixar o grupo.

“O Fabinho foi um dos fundadores da banda. Foi do Toca do Coelho e do Muleke. Era um cara que tinha um coração muito bom. E era talentoso demais, cantava, compunha, produzia. Na época de Muleke Travesso, ensaiávamos na garagem da casa dele. Depois jogávamos bola e íamos para o show. Ele faz parte de toda essa história e todas essas conquistas. O Fabinho é uma pessoa que faz muita falta!”, conta Chorão.

No ano passado, Rodriguinho passou por uma breve polêmica envolvendo a cantora Anitta — ele a cumprimentou com um beijo e, disse sua produtora, a funkeira teria feito uma careta porque o cantor estava com o rosto suado. O cantor postou uma mensagem no Twitter dizendo que Anitta não era meiga, mas era muito abusada (referência à ‘Meiga e Abusada’, música da morena). “Sou impulsivo, postei e depois tirei. Foi apenas um mal-entendido e já está tudo certo”, diz o cantor, que tentara uma participação dela em seu CD solo, mas foi impedido pela gravadora da moça. “Admiro o trabalho dela e desejo muito sucesso”.

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