Por daniela.lima

Rio - Uns vêm de Minas Gerais. Outro, de Brasília. E apenas um do Rio — o Paralamas do Sucesso, que se formou aqui, apesar de ter parte de sua trajetória inicial ligada à Capital Federal. Praticamente anfitriões do Nikiti Pop Festival, que acontece amanhã no Teatro Popular de Niterói (Nikiti é uma forma carinhosa de os niteroienses chamarem sua cidade), o grupo de Herbert Vianna, Bi Ribeiro e João Barone divide a noite na cidade vizinha com os mineiros do Jota Quest e do Skank e os candangos do Natiruts. 

Nikiti Pop Festival leva shows de Paralamas%2C Jota Quest%2C Natiruts e Skank ao Teatro Popular de NiteróiJoão Laet / Agência O Dia


É a primeira edição do evento, que promete entrar para o calendário cultural de lá. O lugar escolhido é considerado um dos mais belos cenários: o Teatro Popular de Niterói, no Caminho Niemeyer, de onde se tem uma vista privilegiada para os principais cartões-postais do Rio de Janeiro.

“Sempre lembramos dos anos 80, das inúmeras vezes em que tocamos no colégio Salesiano”, rememora o baterista João Barone, sobre as idas com a banda a Niterói. “Certa vez, fizemos uma dobradinha com o Barão Vermelho no palco do Salesiano que foi a primeira vez que o João Fera tocou com a gente”, revela ele, sobre a estreia do tecladista, que toca até hoje com o grupo e se tornou praticamente o “quarto paralama”.

Histórias marcantes vividas do outro lado da Baía de Guanabara, claro, não são exclusividade da trupe paralâmica. Samuel Rosa, vocalista e guitarrista do Skank, também reúne lembranças de passagens pela cidade.

“Nós adoramos tocar em Niterói. A recepção é sempre ótima. E Niterói foi uma das primeiras cidades onde o Skank tocou no Rio”, ressalta ele. “Fizemos lá um show com o Jorge Ben Jor, que era um ‘Som Brasil’, aquele programa da Globo. Estava lotado de gente e tocamos umas três ou quatro músicas apenas, e o Jorge Ben Jor participou com a gente cantando uma música dele, ‘Cadê o Penalty?’, que gravamos no nosso primeiro CD.”

Mais de 10 mil pessoas são esperadas em seis horas de música, em uma noite em que o rock dá a tônica, mas com pitadas de reggae e até soul. “Existem mais bandas de rock agora do que nos anos 80”, opina João Barone. “A diferença é que, hoje, quem quiser saber onde está o rock tem que ir atrás dele. Nos anos 80, não foi nada orquestrado, foi espontâneo. E assim é o rock: quando você vê, ele já te pegou pelas tripas!”

TRAÇO DO ARQUITETO

Projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer (1907-2012), o Teatro Popular de Niterói foi inaugurado em 2007, mas dois anos depois suspendeu as atividades. A reabertura foi em outubro de 2013 e, de lá para cá, o espaço tem recebido inúmeras atrações artísticas, entre shows, exposições e oficinas. Caetano Veloso, Gilberto Gil, Geraldo Azevedo, Fernanda Montenegro e Bibi Ferreira por exemplo, são alguns dos nomes que por lá passaram recentemente.

O Teatro Popular é uma das obras do Caminho Niemeyer. Junto ao Museu de Arte Contemporânea (MAC) de Niterói, compõe um complexo cultural e turístico da cidade projetado pelo célebre arquiteto carioca.

SERVIÇO

TEATRO POPULAR DE NITERÓI. Rua Jornalista Coelho Neto s/nº, Centro (2613-2613). Amanhã, a partir das 20h. De R$ 80 a R$ 160 (estudantes e maiores de 65 anos pagam meia). 18 anos.

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