Por daniela.lima
Juliana Areias%3A contato com Ronaldo Bôscoli e Luiz Eça aos 15 anos solidificou o amor pela bossa novaDivulgação

Rio - Bossa nova na Austrália. E na Nova Zelândia. E na Suíça. Parece quase impossível, mas levar o ritmo para essas localidades é o que tem movido a cantora Juliana Areias. Ela já passou pelos dois últimos países e vive há seis anos em Perth, na terra dos cangurus, onde prepara um disco que une jazz e bossa, ‘Bossa Nova Baby’.

“Por aqui, sinto que eu faço um trabalho pioneiro. É uma música bem distante do que eles conhecem”, conta. “Na Nova Zelândia e Suíça, sentia que o terreno estava já semeado. Especialmente na Suíça, já que há décadas havia músicos brasileiros lá. Uma amiga minha de lá aprendeu português só para escutar Chico Buarque, porque havia uma canção dele numa propaganda”.

Até optar pela bossa, Juliana chegou a trabalhar como atriz. Aos 13 anos mudou-se de São Paulo, onde nasceu, para Salvador. “Adquiri um sotaque soteropaulistano. E muita gente acha que sou do Rio”, brinca. Seu envolvimento com música, que começou na infância, se solidificou aos 15 anos ao conhecer figuras da bossa nova como o letrista Ronaldo Bôscoli (1928-1994) e o pianista Luiz Eça (1936-1992) nos bastidores do musical ‘Chega de Saudade’. Baseada no livro do escritor Ruy Castro, a peça tinha roteiro de Bôscoli e Miéle. 

“Tive a chance de ir a ensaios, jantar com eles. Tinha até carteirinha de imprensa para andar nos bastidores. Era incrível como uma menina da minha idade adorava bossa nova”, conta.
A mudança para a Suíça veio aos 21 anos. “Uma ex-namorada do meu pai mudou-se para a Suécia quando eu tinha 5 anos, e passou a me mandar cartas e presentes. Só que, criança, eu não sabia ler direito e entendi que era na Suíça. Passei a sonhar em ir para lá”, brinca ela, que passou a cantar lá. 

Apesar de Juliana apresentar um ou outro clássico da MPB nos shows (‘Mas Que Nada’, de Jorge Ben Jor, é um deles), o foco de ‘Bossa Nova Baby’ é em músicas autorais, todas em português. Entre elas, ‘Maré Cheia’ (parceria com Johannes Dimyadi, músico nascido na Indonésia), ‘Estrela Acalanto’ (que fez para os filhos Jobim, de 12 anos, e Lilás, de 8) e ‘Garoto de Copacabana’. O álbum está sendo completado por crowdfunding e deve chegar às lojas até janeiro. “Depois disso, quero cantar no Rio, Salvador, Fortaleza e São Paulo”, anuncia.

Você pode gostar