Por daniela.lima
Michael compõe com Alice Caymmi e prepara um musical infantilDivulgação

Rio - Com mais de quatro décadas de experiência no mercado musical, Michael Sullivan diz que não existe jabá. “O que existe é promoção do departamento de marketing, que tem uma verba porque o disco é um produto”, relata o cantor e compositor, repassando sua carreira com convidados no CD ‘Mais Forte Que o Tempo’. “Rádio não tem preço. Ou então todo mundo que fosse rico faria sucesso”, acredita. 

A obra que Sullivan construiu com o parceiro Paulo Massadas nos anos 80 e 90 (“terminamos a parceria sem brigar, em 1994”, diz) já foi vista como brega, de apelo fácil, comercial. “O disco novo é uma resposta a tudo que vivi. Sobrevivi às críticas. O tempo mostrou que minhas músicas são amadas pelo povo. E ele me elegeu. Nunca me vendi.”

A resposta de Sullivan em ‘Mais Forte Que o Tempo’ é trazer 17 canções suas (boa parte delas feitas com Massadas) regravadas com Adriana Calcanhotto (‘Me Dê Motivo’), Ney Matogrosso (‘Amor Perfeito’), Fernanda Takai (‘Fui Eu’) e outros. Mais: Alice Caymmi solta a voz em ‘Abandonada’. E já foi convidada por Sullivan para trabalhar com ele. “Ela é maravilhosa. Quero colocar o show dela, ‘Dorivália’, em disco. Estamos compondo juntos e ela gosta muito do meu lado black. Tenho o lado soul e o lado rock dentro do meu trabalho.”

Nos anos 70, era comum haver artistas brasileiros cantando em inglês. Foi nesse contexto que saiu seu primeiro hit, ‘My Life’, de 1976 — regravado por ele com Sandy no novo álbum. “Faço shows em Miami e sempre pedem essa música. Na época, chegou a vender 5 milhões de compactos”, estima o cantor, nascido em Pernambuco. Foi graças a essa música que Ivanilton de Souza Lima, seu nome verdadeiro, adotou o Michael Sullivan, “uma homenagem ao Michael Jackson. Abri uma lista telefônica de Nova York e tinha lá o nome Michael Sullivan.”

Autor de clássicos infantis dos anos 80, Sullivan prepara um musical para crianças, ainda sem nome, para setembro. “Vai sair um grupo infantil disso. Vou voltar ao passado. Nos anos 80, o que eu mais fazia era escolher Paquitas para a Xuxa.”

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