Por daniela.lima

Rio - Sobrou para Bruna Surfistinha, Capitão Nascimento e até para o Chico Xavier. ‘Copa de Elite’, que estreia hoje, tira sarro dos principais blockbusters do cinema nacional dos últimos anos. Com a Copa do Mundo como pano de fundo para a trama, o time escalado é de tirar o fôlego — de rir, claro. Marcos Veras, Júlia Rabello e Rafinha Bastos entram na área como atacantes. A estratégia em campo é marcar gol em um nicho pouco explorado da comédia brasileira: a paródia. 

Marcos Veras e Júlia Rabello formam casal dentro e fora das telasMurillo Constantino / Agência O Dia


“Você achou engraçado? O pessoal deu risada no cinema?”, perguntava Rafinha Bastos. Ele ainda não havia assistido ao longa até a entrevista e justifica a preocupação: “Esse filme é muito arriscado, porque é de piada. Tem que achar engraçado para que funcione”, diz ele, que, além de atuar, também colaborou com o roteiro.

Se o público vai se divertir, Rafinha só vai saber a partir de hoje. Mas, no que diz respeito ao elenco, ele confessa que foi difícil manter a concentração no set em cenas como a em que Veras aparece nu, luta com vibradores gigantes ou que é torturado ao som do grupo Molejo. “Eu tenho o riso frouxo, gente!”, confessa Veras, que precisou regravar várias vezes algumas cenas, pois não conseguia se controlar.

Mas, para interpretar Jorge Capitão, ele precisou segurar a gargalhada. O seu personagem se torna o algoz da nação após salvar o craque da seleção argentina de um sequestro às vésperas da final da Copa. Ainda na ficção, Júlia Rabello faz par com o próprio marido (Veras), como uma ex-prostituta dona de um sex shop, e Rafinha Bastos encarna o vilão responsável pelo plano de matar o Papa durante o campeonato. O longa ainda conta com as participações de Alexandre Frota, Anitta, Thammy Miranda e Bruno De Luca, que interpreta ele mesmo.

Entre os satirizados, além de ‘Tropa de Elite’, é claro, estão ‘Minha Mãe é Uma Peça’, ‘De Pernas Para o Ar’ e ‘Se Eu Fosse Você’. Aliás, se Veras fosse mesmo Jorge Capitão, sabe bem o que faria com o jogador argentino? “Eu ia esperar terminar o segundo tempo para liberá-lo. Não que eu quisesse mantê-lo preso, mas é porque eu estaria vendo o jogo, né?”, diz.

Brincadeiras à parte, fazer paródias também implica em alguns percalços. Nem todo mundo aceita ser alvo de piadas. Antes de rodar o filme, a produtora Mayra Lucas procurou todos os responsáveis pelas histórias satirizadas. Mas teve gente que foi contra. “Prefiro não dar nomes. Até porque é gente importante, com muito dinheiro, milionária”, diz ela. “Fazer humor em cima do outro é sempre arriscado, porque tem o limite do mau gosto, da falta de educação e da agressão. Precisamos ver qual o limite que as pessoas têm no Brasil para lidar com isso”, pondera Júlia.

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