Por adriano.araujo

Rio - Inestimável serviço prestado para a preservação da memória da música brasileira, a caixa ‘Ary Barroso — Brasil brasileiro’, editada pelo Museu da Imagem e do Som (MIS) de São Paulo, inventaria a obra do compositor mineiro através da disposição em ordem cronológica, em 20 CDs, das gravações originais de 316 das 321 músicas do autor do samba ‘Aquarela do Brasil’, clássico instantâneo de 1939.

Morto há 50 anos, Ary Barroso (1903 - 1964) foi muito mais do que o autor do famoso samba que exalta o Brasil. Ciente da seminal importância do compositor, o pesquisador paulista Omar Jubran levantou sua obra em trabalho que levou 12 anos de pesquisa, iniciada em 1994 e concluída em 2006.

O compositor mineiro Ary Barroso (1903 - 1964) tem reunidas na caixa ‘Brasil brasileiro’ as gravações originais de 316 de suas 321 músicasReprodução da capa da caixa 'Ary Barroso - Brasil Brasileiro'

Oito anos depois, os colecionadores de discos têm à disposição caixa que alinha registros raros do cancioneiro de Ary, em seleção que vai de 1928 — ano em que o cantor carioca Mário Reis (1907-1981) gravou o samba ‘Vou à Penha’ — a 2006, ano em que o fox ‘Amor fatal’ (lançado por Ary na revista ‘Brasil da gente’, em 1932) foi enfim gravado pela primeira vez em registro feito pela pianista Janete Alonso para o monumental projeto de Jubran.

O livro embalado na caixa ao lado dos 20 CDs fornece informações detalhadas sobre a origem de cada fonograma, o que valoriza a edição. Entre os registros mais raros, há duas gravações do samba-canção ‘Semente do amor’, extraídas da trilha sonora do filme ‘Três colegas de batina’, de 1962.

Para o público, o deleite reside em ouvir músicas de Ary nas vozes de intérpretes da obra do compositor como os cantores Francisco Alves (1898 - 1952) e Carmen Miranda (1909-1955). Para colecionadores de discos, o prazer está na descoberta de gravações como a da marcha ‘Jânio! Jânio! Jânio’, feita em 1960 para campanha do político Jânio Quadros (1917 - 1992). A caixa expõe todas as cores da aquarela de Ary.

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