Por tabata.uchoa

Rio - Em 2000, foi sancionada uma lei federal que determinou que em 23 de abril seria comemorado o Dia Nacional do Choro. “A data foi escolhida para coincidir com o dia do nascimento do Pixinguinha (1897-1973), que é, talvez, o nome mais importante da música brasileira e um especialista no gênero (leia mais abaixo, na coluna de Luis Pimentel)”, explica Afonso Machado, bandolinista, arranjador e diretor musical da Orquestra Carioca de Choro, que celebra o ritmo com apresentação gratuita, hoje, a partir das 11h, no Parque Garota de Ipanema, no Arpoador.

Nove músicos escolhidos a dedo formam a Orquestra Carioca de Choro%2C criada no ano passado para apresentar várias formas de tocar o ritmoDivulgação

Portanto, são esperados por lá músicos e apaixonados pelo choro. O gênero musical genuinamente carioca, entretanto, ainda é mais cultuado no exterior, especialmente em países como o Japão. “Infelizmente, isso é uma verdade: o choro segue pouquíssimo divulgado por aqui. Daí um evento como esse, gratuito, ser da maior importância”, observa Machado. “O choro nasceu no século 19, mas, ao contrário do que muita gente pensa, ele está em plena evolução, através das mãos de uma galera nova que está aí, estudando e compondo novos temas”, conta.

EXPOENTES REUNIDOS

A Orquestra Carioca de Choro reúne alguns expoentes da música instrumental brasileira. A base é formada por Jorge Simas (violão de sete cordas), Tiago Machado (violão), Alceu Maia (cavaquinho), Diego Zangado (bateria) e Zé Luiz Maia (contrabaixo); e os solistas são Dirceu Leite (sopros), Kiko Horta (acordeom), Fabiano Segalote (trombone), além de Afonso Machado. “São músicos escolhidos a dedo! Uma galera de altíssimo nível mesmo”, destaca o fundador.

Além de celebrar a obra de Pixinguinha e de tocar temas também de outros importantes nomes do gênero, como Jacob do Bandolim e Ernesto Nazareth, o show no Arpoador da Orquestra Carioca de Choro — que foi criada com o objetivo de apresentar várias formas de se interpretar o ritmo — vai dedicar uma parte de seu repertório para uma homenagem a Dorival Caymmi e Lupicínio Rodrigues.

“Eles estariam fazendo 100 anos em 2014”, conta Machado. “A gente convidou, ainda, para esta apresentação específica, duas participações especiais, de grandes instrumentistas: Zé da Velha e Silvério Pontes, que têm um duo espetacular de trombone e trompete, além do bandolinista Joel Nascimento. Esses caras são nossas referências, um pessoal de uma geração anterior que a gente fez questão de convidar”, ressalta Machado.

A OCC foi criada no ano passado, e estreou no mesmo Parque Garota de Ipanema na comemoração pelo Dia Nacional do Choro de 2013. Na ocasião, o convidado foi o legendário grupo Época de Ouro, fundado em 1964 por Jacob do Bandolim. “Foi inesquecível. Fez um lindo dia de sol, uma praia maravilhosa, e apareceu gente das mais variadas idades para curtir o choro”, comemora.

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