Por daniela.lima

Rio - ‘Quatro caipiras no Rio é difícil de adaptar, né? Mas adoramos estar em contato com a beleza dessa cidade e conhecer gente que influenciou nosso trabalho!”, alegra-se Luciano Tiso, vocal, violão e cavaco do Oba Oba Samba House. Ele, Cleber Tiso (percussão e pads), Fernando Diniz (guitarra, violão, cavaco e voz) e Leco Cavallini (voz, cavaco e violão) vieram de Ribeirão Preto, interior de São Paulo, para morar no Rio de Janeiro há dois anos. E celebram a união com a cidade lançando o DVD ‘Ao Vivo No Rio’, gravado em meio ao cenário praiano do Clube Costa Brava, no Joá.

Da esq.%3A Leco%2C Fernando%2C Cleber e Luciano em clima praiano. ‘No Rio%2C encontramos artistas e vemos o Romário jogando futebol na beira da praia’%2C diz LucianoJosé Pedro Monteiro / Agência O Dia


Os músicos vêm de uma cidade que, dizem eles, parece pequena, mas não é tanto assim, não. “Ribeirão Preto é grande. E é quente! Perguntam se a gente já se acostumou ao calor do Rio, mas lá é quente pra burro também”, diz Fernando. Visual de skatista, o percussionista Cleber diz que a praia já faz parte da vida do quarteto, mas os esportes praianos ainda estão na fila para virar assunto diário. “Ih, a gente tentou surfar logo no comecinho e quase morreu afogado! A gente é acostumado a andar a cavalo, aí não deu certo”, brinca.

E futebol na praia? Luciano se anima: “Ah, eu jogo muita bola. Só que no (videogame) Fifa 2014!” Os quatro estão admirados com a vida na cidade que adotaram. “Uma coisa legal daqui do Rio é que a gente sempre encontra artistas que adora. Ou, então, vemos um cara como o Romário jogando futebol na praia, igual a qualquer outra pessoa. Nós somos até um pouco caseiros, vamos no máximo para restaurantes”, completa Luciano.

O DVD foi gravado em janeiro e mostra, dizem seus músicos, a verdadeira cara do Oba Oba Samba House, investindo em canções autorais, como ‘Tratamento Vip’, ‘Só Que Não’ e o novo hit, ‘Moleque Danado’. “Nós tínhamos bandas de pop rock, e começamos a juntar samba e música eletrônica para fazer algo diferente. O nome era Oba Oba justamente porque não era nem nosso projeto principal. Era algo descompromissado”, recorda Leco. Tem muito de som sertanejo lá também, em composições e na lista de convidados, que mistura nomes como Lucas Lucco (que solta a voz no single ‘Moleque Danado’), Bruninho e Davi, e Thiago Brava a sensações do pop como Sophia Abrahão e MC Koringa e Leandro Lehart, do Art Popular.


Em seis meses, o “projeto descompromissado” já tinha, dizem os quatro, agenda mais cheia do que a das bandas originais dos integrantes. Que mantiveram o rock no som do grupo, a ponto de o DVD ter um medley dedicado ao Red Hot Chili Peppers (com ‘By The Way’, ‘Californication’, ‘Under The Bridge’ e ‘Otherside’) e homenagens a Chorão, vocalista do Charlie Brown Jr (‘Não Uso Sapato’) e Legião Urbana (‘Por Enquanto’). “Nunca chegamos a conhecer o Chorão. Mas fomos no ‘Encontro com Fátima Bernardes’ quando A Banca (banda comandada pelo baixista Champignon, que se suicidou em setembro) foi lá. Conversamos bastante. Tem pessoas do nosso escritório que trabalharam com eles e, quando contam histórias do Charlie Brown, sempre paramos para ouvir”, revela Fernando.

Rock e samba... A mistura faz lembrar logo o Sambô. Que, por sinal, é da mesma cidade que o Oba Oba Samba House. “No começo, comparavam muito a gente com eles. Mas acho que as pessoas estão vendo a diferença. Trabalhamos muito a parte autoral. Os caras do Sambô são nossos amigos e tocamos muito juntos em barzinhos”, conta Luciano.

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