Por daniela.lima

Rio - Quem nunca viveu uma paixão de Carnaval? Chay Suede. Diferentemente de Felipe, seu personagem no longa ‘Lascados’ — que se encanta pela periguete caipira Cenilde (Paloma Bernardi) —, o ator não experimentou as dores e delícias de um amor que acabou na Quarta-Feira de Cinzas. “Eu passava os Carnavais no retiro da igreja. Nunca viajei. Minha família é cristã, presbiteriana. A prioridade não era se apaixonar. Ou melhor: era se apaixonar, sim, mas só que por Deus. Agora, no próximo Carnaval, talvez eu viaje. Mas não gosto de muvuca. A não ser quando estou tocando. Não me sinto bem, então prefiro fugir do circuito óbvio dessas festas”, conta Chay. 

Cenilde (Paloma Bernardi) e Felipe (Chay Suede)Divulgação


Na produção dirigida por Vitor Mafra, que chega aos cinemas quinta-feira, Felipe, os amigos Deco (Paulo Vilela) e Burunga (José Trassi) caem na estrada, sem grana, rumo à folia de Salvador numa Kombi de cachorro-quente dos anos 70. Durante a aventura, dão carona e se envolvem com a filha do borracheiro. “Ela é uma vadia, mas uma vadia amada”, brinca Paloma. Já Suede não economiza na pegação e beija mesmo: “Morno é chato. Melhor nem fazer. A cena tem que ter o mínimo de realidade para as pessoas acreditarem.”

Em clima de mochilão, Chay canta e toca violão no filme. Na trilha sonora, quatro músicas são dele: ‘Papel’, ‘Muito Quente’, ‘Mais Perto’ e ‘Brega’. “Nos últimos meses, mais pessoas se interessaram pelo meu trabalho. Jamais vou deixar de cantar e de atuar”, frisa o artista.

Ter se tornado o nome do momento, depois do estouro que foi sua participação na novela ‘Império’, não fez dele um deslumbrado: “Como eu estava num processo de autoconhecimento, orei muito a Deus e ele preparou meu coração e minha mente para que tudo acontecesse de forma saudável. Tem sido exatamente assim. O deslumbre tem a ver com ansiedade. Quanto menos ansioso o artista se torna, mais fácil ele consegue lidar com todas as presepadas que a vida ou que pessoas podem trazer.”

Ser tachado apenas como galã, para ele, é o lado B da profissão. “Essa é a parte chata. Sou um artista e me tornei uma celebridade involuntariamente. Não que eu ache isso prejudicial, é necessário e faz parte do processo, mas se eu pudesse escolher a parte legal seria a outra, dentro do set, atuando e atingindo um público que gosta, que quer entender e se interessa”, pontua.
Modesto, Suede não enxerga essa beleza toda que atribuem a ele: “Não me acho muito bonito. Me acho normal e parecido com quase todos os meus amigos de Vitória (Espírito Santo). E não acho que meu ponto forte seja a beleza.”

Lidar com o interesse do público em relação a sua vida pessoal o capixaba até sabe e diz que entende, mas, mesmo assim, não entrega os pontos sobre o romance que estaria vivendo com a atriz Laura Neiva. “Esse tipo de assunto compartilho com pessoas próximas a mim, com a minha família, com quem amo. Não acho legal todo mundo saber”, justifica. Mas vocês estão namorando? “Prefiro nem falar sobre isso”, despista.

Prestes a lançar um EP com composições inéditas, Chay, apesar do sucesso na TV, assegura que a carreira musical também está fluindo. “Continuo fazendo shows, mais do que nunca, e me entregando tanto à música quanto à interpretação. O que vai dar mais notícia na mídia, pra mim, não faz a menor diferença. O que importa é estar feliz, fazendo o que eu acredito”, destaca.

Mas ele admite que o artista completo, em geral, sofre preconceito. “Existe esse pensamento medíocre, um ranço de anos no país que é atrasado em tudo, e nesse sentido não seria diferente. Mas a minha geração está mostrando que dá para ser o que quiser. Não tem prioridade.”

Do cinema e dos palcos para a próxima novela das 21h, ‘Babilônia’, de Gilberto Braga, Ricardo Linhares e João Ximenes Braga. Chay será filho do casal de lésbicas vivido por Fernanda Montenegro e Nathalia Timberg, e sofrerá bullying. “Se pudesse escolher qualquer papel no mundo, seria esse. Vou contracenar com pessoas que idolatro”, vibra.

Você pode gostar