Por daniela.lima

Rio - Dirigido por Tomas Portella (‘Qualquer Gato Vira-Lata’) e enfocando durante todo o tempo uma asfixiante viagem de férias do casal Lauro (Bruno Gagliasso) e Renata (Regiane Alves), ‘Isolados’ dá medo. E uma certa sensação de sufocamento. Pronto: já conseguiu vantagem, visto que thrillers psicológicos dificilmente são feitos no Brasil e o risco seria certo. 

Lauro (Bruno) e Renata (Regiane)%3A inspiração em ‘A Ilha do Medo’ Divulgação


Na história, Lauro é um psiquiatra residente em um hospital que decide alugar uma casa na região serrana para passar férias sozinho com a namorada Renata, uma artista plástica instável que está em tratamento psiquiátrico. Só que o local sofre com uma série de assassinatos (o filme se inicia logo com um deles) e, para não estressar a amada, ele decide não contar dos ataques.

O isolamento, o comportamento workaholic de Lauro (que passa o tempo lendo relatórios sobre pacientes da ala de psiquiatria, além de levar desenhos aterradores feitos por eles) e sua vontade de controlar e proteger Renata a qualquer custo fazem com que as férias afetem seu relacionamento e se tornem uma experiência doentia para ambos. Paralelamente, o delegado Clóvis (Orã Figueiredo) e seu assistente Augusto (Sílvio Guindane) começam a investigar os crimes.

As inspirações confessas de ‘Isolados’ (que traz a última aparição em cinema de José Wilker, como o médico Fausto, espécie de mestre de Lauro) são filmes como ‘O Iluminado’ (Stanley Kubrick) e ‘A Ilha do Medo’ (Martin Scorsese), misturando tensão, psicologia e isolamento. O filme vale muito pela inovação e por entregar ao público um roteiro e uma atuação que, longe de serem só tentativas, realmente dão sustos. E passam para todos a sensação de incômodo vivida pelo casal.

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